RECEITAS

Minha ceia de ano novo 2019/2020 com costelinha de porco assada, batatas rústicas, molho especial, lentilha e sobremesa

2020 já começou e, mesmo assim, considero interessante registrar os pratos que fiz para a virada de ano pois são receitas que podemos fazer, na verdade, em qualquer dia. Costelinha de porco assada, batatas rústicas, também assadas, acompanhadas de molho especial. O que não tenho sempre à mesa são os fios de ovos – e isso que adoro doces com ovos. Tem também uma receita de sobremesa e da tradicional lentilha, para trazer sorte e dinheiro no bolso. Pois é, mesmo com Porto Alegre pré-aquecida a quase 40 graus, fui para a cozinha fazer uma ceia para dois. Ah, comi tanta salada no almoço do dia 31 que não me preocupei em fazer uma à noite. Mas confesso que fez falta pra mim. Não adianta, tem que ter salada em todas as refeições. Na próxima, vou elaborar uma.

 

COSTELINHA DE PORCO ASSADA

No próprio refratário em que ia assar, preparei uma marinada para 1kg de costelinha de porco feita com sal, pimenta do reino moída na hora, páprica defumada, alho fatiado em lâminas, tomilho fresco e um pouco de cerveja Brahma zero álcool. Esfrego tudo bem esfregado na carne, deixo a camada de gordura virada para cima (para escorrer e penetrar nas fibras na hora de assar) e depois cubro o refratário com plástico filme. Deixo marinando na geladeira por 3 horas e meia. Antes de colocar no forno, já aquecido (eu tinha feito um bolo) em fogo baixo, molho a carne com o caldo. Duas horas e meia depois, está pronta.

Dica 1: Com uma hora e meia de forno, retiramos, regamos mais um pouco com o caldo e colocamos de volta. Dica 2: comece o processo da costelinha cedo. Eram 13h da tarde quando coloquei para marinar na geladeira. Enquanto ela fica marinando e depois assando, fazemos outras coisas em paralelo e nem sentimos a “demora”.

 

Dica 3: coloque um pedaço de papel alumínio para fechar a lata e guardar na geladeira, para usar o resto da cerveja em outras receitas. Costumo preparar carreteiro com ela. E na imagem da direita, repare como a cerveja não chegou a cobrir a carne na marinada. Coloquei só um pouco.

 

BATATAS RÚSTICAS ASSADAS

Fiz com a batata rosa pequena, daquelas para se fazer conserva, mas confesso que ficam melhores com a batata inglesa pequena. Estou acostumada a usar a rosa para fazer salada de batata, pois não se desintegra tão fácil. Por isso esta batata rústica ficou bem tenra, quase durinha. Se quiser batatas rústicas mais macias, a inglesa ficará no ponto. De qualquer forma, use a de sua preferência.

Lave bem as batatas, com casca. Cozinhe um pouco para amolecerem e, depois de escorrer, corte ao meio. Pegue a travessa em que vai assá-las, coloque um fio generoso de óleo da sua preferência, eu usei o de oliva, e vá colocando as batatas com o lado da casca virado para cima, espalhando um pouco do óleo com a própria batata. Amasse elas com a palma da mão, usando apenas o peso do corpo. Cuide para não estraçalhar totalmente a batata. Regue com um fio de azeite de oliva extravirgem e tempere com sal, noz moscada ralada na hora e tomilho fresco. Acomode alguns dentes de alho entre as batatas, com casca. Eles irão cozinhar dentro dela e ficarão com textura de purê.

Depois de 2 horas no forno, elas estão prontas. Dica: coloquei a fôrma delas sobre a da costelinha. Economia de gás e de tempo.

 

MOLHO ESPECIAL

O molho que acompanha as batatas é, na verdade, uma maionese. No liquidificador, dois ovos crus inteiros, um pouco de vinagre, tipo uma colher de chá, um alho pequeno, sal a gosto, mostrada em pó. Quando começar a bater, vá adicionando óleo em fio até dar o ponto de maionese e atingir a quantidade desejada. Daí é só acrescentar cebolinha e salsinha, bater mais um pouco, ajustar o sal e está pronto.

 

SOBREMESA EM CAMADAS

Uma camada de branquinho no fundo, uma outra de pêssego cortado em fatias compridas e a última de iogurte grego para finalizar. O branquinho eu fiz com uma caixa de leite condensado e um fio de óleo de oliva – não é o extravirgem, mas use a gordura que você está acostumado, se manteiga ou outro óleo. Em fogo baixo, o mais baixo que o seu fogão proporcionar, mexa sempre, sem parar. Você só vai parar de mexer quando o leite condensado ficar mais consistente e desgrudar sozinho do fundo da panela. Coloque num pote de vidro e deixe esfriar. Se quiser acelerar o processo colocando na geladeira, cuide apenas para que não endureça. Como ele será degustado com uma fruta super macia, como o pêssego, e com o iogurte que tem textura bem cremosa, o ideal é que o branquinho fique com consistência de pasta.

Para finalizar, prefiro nozes picadas. Já meu excelentíssimo optou pelo Bis branco picado (foto).

Dá para melhorar: confesso que senti falta de um azedinho para além do iogurte grego. Como uma calda cítrica. Vou tentar, em uma próxima vez, fazer uma calda com o pêssego, seja de limão ou laranja, para trazer essa adstringência, uma vez que o branquinho é bem doce.

Dica 1: deixei o branquinho esfriando no pote de vidro em cima da minha bancada de inox, onde é mais frio. Depois passei para a minha mesa que é de pedra, bem fria. Dica 2: para fazermos o branquinho, precisamos mexer muito, ou seja, raspar a colher até não poder mais na panela. Por isso escolho os materiais de olho em alguns detalhes: sempre faço o branquinho em panela de inox e com colher de pau. Jamais uso panelas com materiais antiaderentes porque podem soltar o produto no branquinho, e também porque não gosto daquelas espátulas molengas de plástico. Gosto menos ainda das colheres de metal raspando no inox da panela, ou pior, no alumínio se ela for deste material. Neste caso, comeríamos branquinho temperado com alumínio.

Aqui, um registro das camadas, ainda sem a finalização com as nozes ou o Bis picados. Dica 3: não sirva em um copo transparente para exibir as camadas, como eu fiz para a foto. Sujei todo o copo tentando organizar os ingredientes e foi uma novela limpar o vidro com o doce dentro.

 

LENTILHA DA MEIA NOITE

O que é a chegada do ano novo se não os rituais e as tradições? Fim de ano sem lentilha é estranho mas eu até entendo quando estamos em lugares pitorescos em que o acesso a ela fica difícil. Mas para quem passa a virada em casa não tem desculpa. E depois de uma receita dessas, facílima, que não tem nem a etapa do refogado, é proibido não fazer. Apenas 1 xícara (de chá) de lentilha, um fio de azeite de oliva extravirgem, sal e alho em lâminas grossas. Coloque tudo na panela e cubra com 2 dedos de água fervente. É só esperar o grão ficar no ponto do seu gosto, se mais cozido ou mais para al dente. Fiz cedo da tarde, logo depois de almoçar e, na hora da virada, apenas esquentei. Super prático.

Dica: se for só para comer algumas colheradas em nome da tradição, a medida de 1 xícara de chá é mais que suficiente para duas pessoas. E ainda sobrou para o almoço e a janta do dia primeiro.

 

Sobre a mesa, acompanhando os pratos da ceia, fios de ovos, que gosto de servir separados para manter o frescor e a calda, nozes e uvas – sete gomos para dar sorte, lembra? Só que esqueci e não comi os sete de uma vez. A propósito, as cerâmicas, como os bowls dos acompanhamentos e o prato das batatas, foram feitas à mão, por mim.

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