A CASA

Maranta pavão, peperômia caperata e samambaia confete no mesmo vaso: o desafio

Estou determinada a ter uma folhagem ao lado da porta de entrada, aproveitando o vaso que fiz há anos e que resistiu a muitas mudanças de casa. E digo que estou determinada porque na área da frente é onde corre um vento por vezes furioso. As plantas correm o risco de se estressar. E ali ainda incide o Sol do Oeste, embora a gente tenha ampliado a cobertura da área.

Antes da ampliação da cobertura, uma xangrilá morava no vaso. Ela amarelou e queimou algumas folhas sob o Sol forte. Isso que a mim foi vendida como resistente ao Sol pleno. E a partir disso, temos que entender que existem 2 coisas: ou as plantas dão um jeito de sobreviver onde as condições são desfavoráveis, mas ao custo de sua saúde e beleza plenas, ou as plantas vivem saudáveis e belas, em seu esplendor de desenvolvimento, quando no ambiente ideal. Pois toda a planta é resultado de um ambiente específico. É o caso da maior parte dos alimentos que consumimos, que vem do Hemisfério Norte, onde o solo não é tão ácido como aqui no Brasil. Razão pela qual temos que fazer a calagem, para elevar o PH do solo para, então, termos plantas que se desenvolvam na sua plenitude, com todo o seu potencial. Então, quando a gente ouve que uma planta tolera bem tal condição de tempo e clima, isso quer dizer basicamente que ela vai passar um tempão tentando não morrer em vez de virar um folhajão maravilhoso daqueles que os vizinhos pedem muda. Voltando à xangrilá, passei ela para a parte sul da casa, mais sombreada, só até ser plantada no local definitivo, no chão. E assim o meu vaso ficou livre e desimpedido para receber outras moradoras, agora embaixo de uma cobertura maior.

Confesso que para a escolha das espécies levei em conta apenas a estética e, dessa forma, acabei trazendo para casa espécies de folhas mais macias, como a maranta pavão e a peperômia caperata. A samambaia confete não é tão macia assim, possui uma certa “casca” para aguentar as intempéries, mas como as folhas tendem a ficar compridas, também fica à mercê do vento temperamental.

Mas como sou uma mera aprendiz de Burle Marx, que mudava de lugar folhagens plantadas no chão como quem troca de roupa, estou fazendo experimentos.

Vamos acompanhar como se desenrolam os próximos dias de primavera e o futuro verão.

É a coisa mais linda a combinação do bordô da peperômia com o bordô da maranta.

Rogerinho. Não resisto ao meu caramelo bonitão sob a luz do pôr-do-sol.

Meu vaso querido, quebrado mas íntegro na sua capacidade de conter. Encontrei um vaso de plástico que coube nele como o sapatinho da Cinderela. Parece ter sido feito sob medida.

No sentido horário: 1) As 3 do jeito que vieram das floriculturas, nos respectivos vasos. 2) A parenta das avencas. 3) A maranta pavão recém saída do vaso. As raízes enovelaram, ou seja, ela estava no vasinho há muito tempo. Foi necessário retirar essas raízes para a planta não continuar enovelando no novo vaso, senão ela perde energia e acelera todos os seus processos até a morte por não ver possibilidade de expansão para captar nutrientes e crescer. 4) O plantio das 3 finalizado. Na sequência, plantei a avenca e retirei uma muda da peperômia.

As texturas são importantes em um pot-pourri de folhagens. Repare na delicadeza do pontilhado branco sobre as folhas da samambaia confete.

Tão importante quanto as diferentes texturas são as camadas. Alturas diferentes criam um volume interessante, rico e longe do monótono.

Depois me ocorreu que eu poderia ter desmembrado as mudas da peperomia e espalhado ao longo da meia lua frontal do vaso para cobrir melhor a área, como uma bordadura. Mas na medida em que ela brotar eu vou separar as filhas e expandir o plantio.

O efeito chafariz da samambaia confete traz movimento para o conjunto.

A diretora de arte, como sempre, atenta aos cliques e à produção.

Depois ainda acrescentei mais uma avenca do lado direito do conjunto.

E você, já criou um combinado de plantas em um mesmo vaso? Quais foram as folhagens escolhidas? Deu certo? Conta aqui nos comentários que eu quero muito saber sobre essa proeza.

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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