Nem só de roupas e protetores solares vivem as nossas malas quando viajamos. Panela de pressão, frigideira antiaderente, colheres de pau preferidas e temperos são itens que também levamos na bagagem. Meu marido e eu cozinhamos todos os dias no nosso dia a dia e adoramos cozinhar nas férias. É uma maneira muito especial de conhecermos um lugar, uma cultura. Inclusive, faz a gente se sentir morador pois frequentamos feiras, conversamos com produtores e vendedores, trocamos receitas. E em Pântano do Sul, a colônia de pescadores artesanais mais antiga de Santa Catarina, cozinhar os pescados frescos é atividade turística.
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Carreteiro: a comida de uma panela só, de todos os dias, da vida inteira
Arroz carreteiro, arroz de carreteiro ou, apenas e mais frequente: carreteiro. O prato que mais faço no dia dia pode ser elaborado de tantas formas que, quando me dei conta de que não havia pelo menos uma única receita aqui na Casa Baunilha para homenagear esse prato perfeito, corri para registrar o carreteiro que fiz hoje mesmo no almoço.
Quando o carreteiro entra na nossa vida, não queremos saber de outra receita. É uma comida afetiva, que faz parte da tradição da cultura gaúcha do Rio Grande do sul, mas que pode ser feita em qualquer lugar do mundo, variando os ingredientes a fim de se adaptar a nossa rotina, condições econômicas, paladar e disponibilidade dos alimentos.
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Discos de chocolate amargo com coisinhas gostosas
Eu queria algo doce para comer depois de uma refeição que fizesse eu não querer comer mais e mais – como acontece com os quadradinhos das barras de chocolate. Então, reduzir o chocolate a uma fina camada e preencher o restante do volume com coisinhas como nozes e castanhas, as famosas gordurinhas boas, seria uma ideia das ótimas.
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Sobremesa do sítio: banana assada no churrasco, com creme de avelã de chocolate e nozes picadas
Sempre que fazemos churrasco no sítio aproveitamos para assar, também, bananas. Caturra, de preferência, porque a Catarina repuxa a boca. A banana assada na própria casca já é uma sobremesa e tanto, natural, pois foi feita pela natureza e prontinha para consumo. Fica cremosa, suculenta, docinha. Perfeita.
Só que sempre chega o dia em que resolvemos ser criativos. Se bem que, vamos combinar, colocar creme de avelã e chocolate em qualquer coisa não é lá muito criativo, é apenas o caminho natural das coisas.
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Não espere para curtir o sítio
Ter apenas um “bocadinho de chão” (quem aí assistiu à novela Rei do Gado?), sem ter necessariamente uma casa construída, pode apresentar muitas vantagens. Elas vão desde o exercitar da criatividade até o adquirir intimidade com o terreno e com a vida campeira, antes de se tomar grandes decisões. Eu tinha muito pouco contato com esse dia a dia e não ter um lugar onde eu possa parar no sítio, uma casa, um quiosque, um teto, exige um outro pensar sobre a propriedade e outras atitudes que acabam fazendo eu entender o estar ali de um jeito que talvez eu nunca experimentasse caso eu já tivesse tudo pronto, ou se tivesse chegado levantando paredes e tudo mais.
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Salada do dia das mães
Os almoços em família, os de fim de semana, são prazerosamente simples. Carne assada, salada e um carboidrato. No último domingo, o das mães, a gente continuou nesse caminho, só deu uma gourmetizada. A costelinha de porco, ou a sobrecoxa de frango, foi substituída por um salmão assado em carvão, inteiro e fechado, temperado apenas com sal e limão. O aipim ou o arroz deram lugar a uma batata gratinada. E a salada ganhou pedaços de figo, queijo gorgonzola e molho especial. Foi sucesso.
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Bruschetta agridoce de figo, parma e mel
Daquelas receitas em que juntamos tudo que a gente gosta e dá bom. Não tem nada de complexo na execução, só no sabor. Vale muito a pena. Agora eu só preciso aprender a parar de fazer isso.
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Minha fava, minha vida
Quando um pacotinho de fava atravessa a porta da minha cozinha significa que a coisa ficou séria. Seja plantada e colhida pela minha avó ou comprada de um agricultor longínquo que vem até a cidade conseguir seu sustento, a fava, sozinha, vira meu jantar sem nenhum outro acompanhamento.
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Jantar leve com cuscuz
A caixinha de cuscuz tem espaço vitalício na minha despensa. É um quebra-galho de primeira linha quando quero fazer uma janta rápida e que seja leve.
Sou fã desta receita, também, porque posso pegar todos os legumes solitários na fruteira e dar-lhes uma razão de ser na vida. Portanto, um prato que atua em prol do desperdício zero.
Desta vez, fiz com sardinha, cenoura e couve-flor. Mas costumo variar muito os ingredientes. A penúltima receita de cuscuz que fiz, por exemplo, recebeu berinjela e lascas de parmesão. Pois é, o cuscuz é sempre inocente. Os acessórios é que podem ter segundas intenções. Só depende de você. Ou do dia. Ou das emoções.
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Sanduíche quente de porco acebolado na cerveja e gorgonzola
Ficar horas na cozinha preparando um prato que será devorado em cinco minutos. Quem nunca? Uma vez, há muito, experimentei uma receita de “buraco quente” que acabou com esse roteiro. Abria-se um furo em uma das extremidades do pão francês e recheava com alguma preparação quente. Tão prático que virou um dos pratos tradicionais de casa. A foto não mente, me emocionei e acabei cortando a lateral toda do pão, deixando de ser buraco – por isso chamei de sanduíche quente –, mas a essência é a mesma.