Fico maravilhada com o quanto somos capazes de mudar nosso gosto por comida, nosso paladar. Vocês também sentem isso? Na verdade, acho que o que se encaixa adequadamente no pensamento que vou elaborar é mais a cultura, a educação, do que o gosto, pura e simplesmente. Por exemplo, enquanto morei na casa dos meus pais, comia o que tinha sobre a mesa da maioria das casas brasileiras: margarina, passada no pão do café da manhã. É assim que somos criados, é assim que somos ensinados, é quase que natural.
No momento em que fui morar sozinha e, depois, com o meu marido, na medida em que tive mais acesso a informações sobre alimentação, passei a substituir muitos ingredientes e a eliminar alguns de vez. Como a margarina. Não compro margarina no supermercado. Maionese, então, nunca fui fã do gosto da industrializada, o que faz dela um item que nunca entrou na minha casa. Inclusive, tem um episódio com relação a isso. Uma amiga levou torta fria para a hora do café no ateliê que frequentamos, e que estava maravilhosa. Elogiei perguntando se ela mesma tinha feito a maionese, ao que ela me responde que não, era a pronta de supermercado, “daquela marca famosa” disse ela. Fiquei chocada com o fato de que a maionese não tinha gosto de industrializada, e todos ao redor imediatamente: “faz tempo que ela não tem mais esse gosto!”. Ou seja, reparem na minha desatualização quanto a maioneses prontas.