Em termos de produtos, o Bairro Liberdade em São Paulo é interessantíssimo para fazer compras e levar para casa itens diferentões ou aqueles envoltos em muita nostalgia. Mesmo assim, diante de uma oferta variada e incrível, eu não posso voltar para casa, de jeito nenhum, sem um certo biscoitinho sabor gengibre. Depois que provei, se tornou, digamos, o meu souvenir do bairro. Para vocês terem uma noção do quanto é bom e do quanto me apaixonei, o souvenir comestível ultrapassou os bowls de cerâmica japoneses e até os chicletes da minha infância na lista de adoração – tenho imagens.
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Buona Fatia Pizza Bar: meu lugar no mundo – e em São Paulo
O Buona Fatia é o lugar (em que se come) em que fico mais à vontade e que tem a pizza mais sensacional que já comi. Quer mais? Sempre fui muito bem atendida, tanto é que gosto de puxar conversa com os atendentes mesmo. Também presenciei uma noite de lotação máxima, com lista de espera para mais de uma hora e, mesmo assim, a atendente nos recebendo com um sorriso no rosto e mantendo a ordem da coisa toda com muito bom senso.
Faz tempo que decidi reservar o verbo “amar” para pessoas e elementos específicos da vida que precisam se esforçar muito para serem amados – já se deu conta que a gente “ama” muita coisa? Substitua por “adora” para não banalizar o amor. Mas agora eu terei de dizer, sim, que amo esse lugar. É o meu lugar no mundo. Está para nascer outro lugar, vamos ver conforme eu for andando por aí, mas o Buona Fatia continua no topo da lista.
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O “bolinho” de bacalhau do Mercadão de São Paulo vale a pena?
Olha para esta foto. Vale a pena, sim, vale cada real, porque não é barato – R$28 –, e vale cada 30 minutos que esperamos por ele – quem mandou ir em um sábado pós feriado? Neste dia, em novembro, o Mercado Municipal de São Paulo estava explodindo de tanta gente, saía ser humano pelas tampas. Eu nunca tinha visto nada igual na minha vida. Filas quilométricas por uma mesa, em qualquer ponto. Uma coisa de louco.
Discretamente, foquei num casal que estava almoçando e, ao primeiro sinal de que estavam indo embora, peguei os lugares. E ali fiquei uma eternidade esperando meu marido surgir com os “bolinhos” de bacalhau do Hocca Bar. Como era a primeira vez que comeríamos a famosa iguaria, no lugar onde se consome mais bacalhau por metro quadrado no mundo, optamos pelo Hocca Bar, mas com certeza há muitos outros lugares sensacionais para se comer petiscos no mercadão. E por isso enfrentamos uma fila do cão. Mas acredito que neste dia, em que todos os turistas da face da Terra estavam lá, havia filas em todos os botecos do local, então não tínhamos muito como fugir da longa espera.
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Sorvete de chocolate 70% na Sorveteria do Centro em Sampa
Sei que pode parecer uma heresia escolher um sorvete tão “simples” frente a tantos sabores inusitados do cardápio da Sorveteria do Centro, em São Paulo, como os alcoólicos e outros como o que leva bacon, por exemplo. Só que, na verdade, não tem nada de simples no sorvete que provei. E na verdade-verdadeira, sou uma pessoa que gosto de simplificar as coisas quando o assunto é sobremesa. Não sou fã daqueles doces super incrementados, com litros de sorvete, quilos de confeitos e ainda por cima um picolé cravado nele. Sinto que vou virar diabética na hora.
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O décor lúdico do Clube do Minhoca
Embora o buraco mais quente do mundo seja o CTG 35 em Porto Alegre – vá lá dançar um vanerão em pleno verão pra você ver –, eu concordo com o slogan que o buraco mais quente de Sampa é o Clube do Minhoca, uma das casas de shows de comédia stand up da capital paulista e, por que não dizer, do Brasil.
Eu já postei sobre o show Mamacitas a que assisti por lá e agora trago os detalhes do décor do espaço que cliquei enquanto esperava a apresentação começar. A decoração brinca com o lúdico, com uma atmosfera de sonho, como o pingo do regador desenhado na parede, entre outras queridices.
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O antes à espera de um depois: Aquário Urbano em São Paulo
Este foi mais um tesouro que encontrei enquanto caminhava sem rumo pelas ruas do Centro de São Paulo. E esse tipo de achado é mais legal quando acontece assim, em forma de surpresa. A cada passo eu compreendia que estava dentro de um… aquário. O Aquário Urbano. Grandes laterais de prédios cobertas com ilustrações coloridíssimas de animais marinhos. Como alguns painéis já estavam finalizados e outros ainda por fazer ou concluir, pensei: vou registrar agora para depois voltar e ver como ficou com os desenhos completos. Vai ser como se eu realmente estivesse submersa em cores. Procurei e vi que o projeto está documentado no perfil do Instagram @aquariourbano.
São Paulo é uma galeria de arte a céu aberto. É só ficar atento e olhar para cima, ou para baixo, dependendo de qual andar você esteja olhando. Os grafites são, sem dúvida, uma atração turística e que vão muito além do Beco do Batman.
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O décor do Coffee Stories Modernista na República, em São Paulo
Caminhar sem rumo pelo centro das cidades é um dos meus esportes favoritos. E foi praticando, na minha última viagem a São Paulo, que encontrei o Coffee Stories Modernista. Me chamaram a atenção o letreiro e a portinha, que me fizeram entrar de supetão, o que gerou um baque enquanto os meus olhos faziam a conversão da claridade lá de fora para o clima agradabilíssimo, colorido e visualmente refrescante lá de dentro, com todas aquelas plantas.
Tudo conversa no décor que tem inspiração no modernismo, mais precisamente na obra de Burle Marx – que particularmente adoro–, seja nas plantas, nas formas arredondadas, no colorido, no desenho do mosaico do chão, na sinuosidade das formas das mesas. Até no cardápio, que é pau para toda a refeição, do acordar ao anoitecer, como pão na chapa, queijo-quente, beirute, arroz de virado e rabanada, e também doces como quindim, o preferido do artista. Cafés especiais, mas “sem complicação” como o proprietário define, além de combinações deliciosas nos drinques. Alguns ingredientes como queijo, geleias e mel (de abelhas nativas) têm origem em produtores artesanais.
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Uma loja de luminárias em São Paulo
Quem convive comigo sabe que costumo dizer que moro em um galpão. Não somente pela palavra ser largamente utilizada no repertório vocabular gaúcho mas, também, porque não há muitas opções em Porto Alegre quando o assunto é objetos de decoração.
Eu sou irremediavelmente influenciada pelos programas de reforma de casas americanos e perfis de empresas americanas, em que os arquitetos e decoradores encontram qualquer coisa que eles desejam e precisam para seus projetos. Havia um cara no Instagram, artesão, que só fazia maçanetas de porta envelhecidas, de todo jeito, em ouro velho, enferrujadas, descascadas, de todos os formatos. Deixei de seguir porque não quis mais me iludir. Quando fui comprar a minha para a porta do banheiro, simplesmente não achei nada que me surpreendesse, somente aquele design padrão, comum, que não diz nada, muito menos que veio de uma casa caindo aos pedaços – que era o que eu queria hahaha. E assim acontece com vários acabamentos e objetos que precisamos para concluir as reformas da nossa casa.
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Eu não faria isso em Porto Alegre | Sobre segurança e O Pedaço da Pizza
São Paulo, capital, segunda-feria à noite, quase nove horas, saio da rua de trás do prédio da Fiesp da Avenida Paulista, a Alameda Santos, e caminho 1,9 quilômetros até o Teatro Augusta, atrás de um lugar para jantar – e para passear, claro. Do teatro, volto mais meio quilômetro até O Pedaço da Pizza, onde janto, finalmente.
Enquanto fazíamos malabarismos com o queijo puxante das fatias de pizza, comentei com meu excelentíssimo: nós nunca vamos andar essa distância à noite em Porto Alegre, e ainda vamos voltar tudo a pé, mais tarde ainda.
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Mulheres no stand up é o que há | Festival Mamacitas no Clube do Minhoca
Adoro show de stand up num grau muito elevado. Assisto a tudo que consigo no Netflix, Youtube, Comedy Central e ao vivo também. Desde muito nova, sempre gostei de assistir aos americanos, que diferem no humor com relação aos brasileiros. Não quero separar nem generalizar, mas o stand up americano não necessariamente busca a piada cômica ou fazer você gargalhar. Ele é mais reclamão e o humor está no sarcasmo, na ironia, no tragicômico. Contesta dogmas, políticas e convenções sociais. Espreme o dedo na ferida. Já o brasileiro arranca lágrimas, dói o abdome, é vexatório, é o meme. Ri das desgraças, diz que tá tudo ruim mas com um sorriso no rosto. São poucos os comediantes brasileiros que se arriscam a tocar em temas polêmicos e a dizer o que realmente pensam, com um texto criado sem pretensões de agradar.
Bom, eu gosto de ambos e de incentivar os comediantes brasileiros e fazer o Brasil voltar a ser divertido de novo, bem à moda make Brazil fun again.