Por aí,  São Paulo

Mulheres no stand up é o que há | Festival Mamacitas no Clube do Minhoca

Adoro show de stand up num grau muito elevado. Assisto a tudo que consigo no Netflix, Youtube, Comedy Central e ao vivo também. Desde muito nova, sempre gostei de assistir aos americanos, que diferem no humor com relação aos brasileiros. Não quero separar nem generalizar, mas o stand up americano não necessariamente busca a piada cômica ou fazer você gargalhar. Ele é mais reclamão e o humor está no sarcasmo, na ironia, no tragicômico. Contesta dogmas, políticas e convenções sociais. Espreme o dedo na ferida. Já o brasileiro arranca lágrimas, dói o abdome, é vexatório, é o meme. Ri das desgraças, diz que tá tudo ruim mas com um sorriso no rosto. São poucos os comediantes brasileiros que se arriscam a tocar em temas polêmicos e a dizer o que realmente pensam, com um texto criado sem pretensões de agradar.

Bom, eu gosto de ambos e de incentivar os comediantes brasileiros e fazer o Brasil voltar a ser divertido de novo, bem à moda make Brazil fun again.

Me preparando para ir a São Paulo, procurei por shows de stand up. Encontrei um quase ao lado do apartamento em que ficaria (custo com deslocamento = zero) e com comediantes de um certo peso no mundo do stand up de hoje. Perfeito, até então. Até lembrar que, na real, eu estava cansada dos textos dos homens ultimamente. Muitos só sabem falar sobre o próprio pau e de um jeito marqueteiro. Parece que usam o show para se autopromover, dizer que pegam muita mulher para, então, tentar pegar efetivamente. Mas se tratava de São Paulo, não devia ser o único show de stand up acontecendo.

Algumas pesquisas depois, descubro uma mina de ouro. Estava para acontecer o Festival Mamacitas. Várias noites com shows de mulheres comediantes. Começou em 2018 e o estrondo foi grande. Esta segunda edição contava com 120 comediantes vindas de todos os cantos do Brasil, com apresentações no Clube do Minhoca e no Paulista Comedy.

Foi a melhor escolha que eu poderia ter feito. Elas são muito foda.

 

Paloma dos Santos: “Seria como se a Valesca Popozuda cantasse ópera. Não precisa imaginar, eu faço”.

 

Ursa Malgarizi conseguiu fazer eu ter orgulho do meu sotaque. E tem palavras que, sério, só a gauchada pra usar, mesmo.

 

Eva Mansk queria tirar os pelos do c* com lâmina. Segundo ela, só tem ideia boa.

 

Patrícia Nassi foi logo avisando para não nos assustarmos.

 

Jordana Morena, 23 anos de idade e 53 de carreira. Me mijei. “É meu jeitinho”.

 

Concordo com todos os vincos entre as sombranças de Bruna Louise.

 

“Bissexuais não ficam com todo mundo. Pessoas feias, por exemplo. Em público.” Pra mim, o show da Babu Carreira começou enquanto ela se maquiava ao meu lado, no salão de espera.

 

De tão afogada em lágrimas de riso que eu estava, me perdi e acabei não clicando a Aline Porto e a Fabi Ribeiro, esta sendo a maior imitadora da Sabrina Sato, apesar de todas as implicações que isso possa trazer aos seus relacionamentos.

Quero mais, gurias.

Para saber sobre algumas das comediantes que se apresentaram, é só clicar aqui.

Todas as fotos e o texto são de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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