Quando criança, para passar o tempo durante uma viagem eu brincava de escolher coisa. Na verdade, eu falava “escolê” coisa. Era bem fácil: olhar para as coisas que surgiam ao longo da estrada, apontar o dedinho e dizer: eu quero aquela casa, eu quero aquele carro, eu quero aquela flor.
Imagine mais de seis horas de viagem, de Ijuí, no interior do Rio Grande do Sul, até a região metropolitana, na época em que as estradas de chão e as pontes de madeira, velhas, prontas para cair, eram mais comuns do que asfalto. A viagem se alongava muito mais do que dura hoje e era preciso inventar brincadeiras para passar o tempo. Hoje o caminho encurtou um pouco e temos o Pinterest para “escolermos coisa”.
Nestas últimas férias, viajamos por sete horas. O feed da estrada era infindável, havia muito o que escolher. Mas refinei minha busca usando os filtros do meu momento de vida. Desta vez, brinquei de escolher árvores.
Sempre fui uma observadora das árvores. E desde que temos o sítio, venho estudando sobre elas na medida em que os exemplares vão despertando meu interesse. Pesquiso para entender qual espécie pode se desenvolver melhor por lá, e o Guarapuvu ou Guapuruvu é uma espécie que eu adoro. Cogitei plantar alguns ao longo do caminho de entrada do sítio.
E Guapuruvu era o que mais tinha pelo caminho até a ilha de Florianópolis, Santa Catarina. Na foto acima, eles estão amontoados sobre o morro. É fácil perceber pela florada amarela, que desponta sobre a copa de outras árvores.
A copa fica lá em cima, de tronco limpo e esguio.
Guapuruvu jovem, com uma copa pequena.
Este parece que tem mais flores do que folhas.
Vários deles pintando de amarelo a costa da Lagoa da Conceição.
O Projeto Plantando Primaveras garantiu mais um exemplar. Este fica na trilha para a Cachoeira da Costa da Lagoa. Encontrei uma matéria sobre a iniciativa aqui.
O Guapuruvu está escolhido. Ou foi ele que me escolheu?
Você também brinca de escolher coisa na estrada? Conta aqui nos comentários ; )