Caminhar sem rumo pelo centro das cidades é um dos meus esportes favoritos. E foi praticando, na minha última viagem a São Paulo, que encontrei o Coffee Stories Modernista. Me chamaram a atenção o letreiro e a portinha, que me fizeram entrar de supetão, o que gerou um baque enquanto os meus olhos faziam a conversão da claridade lá de fora para o clima agradabilíssimo, colorido e visualmente refrescante lá de dentro, com todas aquelas plantas.
Tudo conversa no décor que tem inspiração no modernismo, mais precisamente na obra de Burle Marx – que particularmente adoro–, seja nas plantas, nas formas arredondadas, no colorido, no desenho do mosaico do chão, na sinuosidade das formas das mesas. Até no cardápio, que é pau para toda a refeição, do acordar ao anoitecer, como pão na chapa, queijo-quente, beirute, arroz de virado e rabanada, e também doces como quindim, o preferido do artista. Cafés especiais, mas “sem complicação” como o proprietário define, além de combinações deliciosas nos drinques. Alguns ingredientes como queijo, geleias e mel (de abelhas nativas) têm origem em produtores artesanais.
Neon com plantas é o que há hoje em dia e para todo o sempre na decoração, né minha gente?
Uma simbiose de cores, com a textura molhada dos azulejos da cozinha, muita madeira e concreto também, além das estruturas de ferro e vidro jateado que lembram as janelas de casa de vó, que revestem o refrigerador das bebidas.
Reboco de concreto aparecendo e tudo bem.
Se tem uma coisa que adoro na decoração é a possibilidade de fazermos espelhos de tudo que é formato. Este tem tudo a ver com a proposta modernista.
Guardanapo ilustrado.
E a armação de metal e vidro jateado de janela de casa de vó também isola uma área que funciona como uma salinha particular.
O projeto é do arquiteto Herbert Holdefe, que também projetou outros espaços interessantes no centro de Sampa. O Instagram do Coffee Stories é uma lindeza e também publica quadros de modernistas.
Arte, comida e decoração reunidos em um lugar só. Temos que aproveitar. Na Rua Major Sertório, 92, pertinho da Praça da República, em São Paulo.
Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.
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