Preciso admitir: estou requentando um assunto nesta publicação. É que às vezes há tanto para compartilhar, e fazer na vida, que os assuntos vão sendo superados pelos mais novos e alguns acabam ficando para depois, ou até para bem mais que depois.
No início do ano passei minhas férias no meu Pântano e fiz um escabeche de sardinha fresca glorioso. Quando compartilhei a receita da escabeche aqui no blog cheguei a mencionar que também publicaria sobre a maionese derivada da escabeche.
Agora, momento em que o ano cruza a linha dos seus finalmentes, fazemos planos de retorno ao Pântano e as memórias começam o processo de inundar nossos pensamentos e nos transbordar de expectativas. Será que o Salésio vai aparecer de moto e gritar “olha o pão caseiro quentinho!” bem no meio da rua e daquela tarde chuvosa na praia, fazendo a gente ganhar o dia com uma mesa de café da tarde de pão fresco?
Sonhar com a minha praia do coração me fez lembrar do que eu queria ter compartilhado lá atrás e que não deu tempo. “Não deu tempo”. Essa frase também povoa nossos pensamentos no final do ano. O que não deu tempo de fazer?
Uma receita da qual você quase não precisa de tempo para fazer é esta maionese de escabeche de sardinha fresca. É tão fácil porque a sardinha fica completamente amolecida depois do cozimento na pressão. Que dirão os tomates, as cebolas e os pimentões!
Depois que você tiver a maionese, seja batida no liquidificador – a gente faz de leite, às vezes –, seja batida à mão, vá incorporando, aos poucos, os pedacinhos de sardinha e de legumes que você previamente pode despedaçar com um garfo. Coloque a quantidade que julgar suficiente para dar sabor.
Neste dia, no Pântano, jantamos uma fatia generosa do pão do Salésio, coberta com uma camada igualmente generosa da maionese.
Puxa vida, iria para a praia agora, comeria agora.
Ok, primeiro o dever, depois o lazer. Pântano, espere por mim.
Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.
