RECEITAS

Minha fava, minha vida

Quando um pacotinho de fava atravessa a porta da minha cozinha significa que a coisa ficou séria. Seja plantada e colhida pela minha avó ou comprada de um agricultor longínquo que vem até a cidade conseguir seu sustento, a fava, sozinha, vira meu jantar sem nenhum outro acompanhamento.

Fava é das coisas que mais adoro comer na vida. Até publiquei uma receita há muito tempo, mais precisamente em setembro de 2013. Confesso que as fotos que cliquei na época não fizeram jus à delícia que é, embora sejam registros muito sinceros. Achei que ainda devia a esse grão maravilhoso.

Desta vez a fava não brilhou sozinha porque preparei as sementes para o almoço. Junto dela, no prato da foto, carreteiro de filé de porco e salada de repolho com beterraba.

Prepare a fava:

  • abra as vagens e retire as sementes;
  • refogue alho picado em um fio de azeite de oliva extravirgem;
  • coloque as favas e refogue mais um pouco;
  • adicione água fervente até cobrir;
  • adicione sal;
  • deixe cozinhar até ficarem macias.

Simples assim.

O carreteiro é prato principal em oitenta por cento das refeições que preparo em casa. Isso porque sou fã de comida de uma panela só. E geralmente enriqueço ele adicionando algum legume, como couve-flor, brócolis, vagem. Aqueles pedacinhos claros que aparecem no carreteiro da foto são da mandioquinha. Diminuo cada vez mais a quantidade de arroz branco – tanto no carreteiro quanto no preparo do arroz tradicional – e substituo o restante da quantidade por outro carboidrato, como a batata-doce (da casca rosa), cujo índice glicêmico é menor que o da inglesa, ou mandioquinha, que amo.

Para a salada de repolho, corto ele bem fininho. Exigência da minha mãe dos tempos em que morava com meus pais. Fiquei tão chata com relação ao diâmetro da lâmina do repolho cortado que agora sou eu quem controla o corte da minha mãe. O segredo para tirar um repolho fininho é não fatiar com a faca mas, sim, raspá-la no repolho. Ele sai como se fossem aqueles fiapos do milho-verde. E para a beterraba ralada não há segredo, ralo nos furos mais grossos e era isso. Misturo ambos e tempero com laranja espremida, vinagre de maçã, sal e azeite de oliva extravirgem.

As pintinhas escuras salpicadas sobre a comida atendem por noz moscada e pimenta do reino, ralada e moída na hora, respectivamente.

 

Desta vez, a fava chegou na cozinha com as vagens.

 

Com a vagem aberta é possível ver a ligação das sementes à casca.

 

Fava descascada e pronta para o cozimento. Coisa linda da natureza.

 

Não tem sabor que se compare ao da fava.

Tu também curte esta iguaria? Não conhecia? Conta aí nos comentários.

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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