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Pelo direito de existir da louça kitsch

 

Desenvolvi uma paixão por objetos de louça sem precedentes. E para melhorar, quanto mais brega eles forem, melhor. Vai entender… coisas do ser humano. Na verdade, eu acho que sei exatamente quando essa estranha atração – fatal – começou. Foi na praia, há uns dois anos mais ou menos, minha mãe e eu estávamos em uma loja daquelas de bibelôs decorativos de estilo praiano, desde aqueles peixes de cerâmica para pendurar na parede até os souvenires feitos com conchinhas. De repente, em uma prateleira, o destino me colocou frente a frente com uma concha, tipo a da obra Nascimento de Vênus, somente a parte de baixo dela, pouco maior do que uma mão com os dedos bem abertos, de louça com esmaltação em tons terrosos e esverdeados. Talvez tivesse nascido para petisqueira. Fiquei olhando aquela concha reluzente e pensei: essas peças tem seu brilho e história próprios. Elas merecem ser contempladas, elas merecem um lar. Desde então, me engajei na causa das louças bregas, que se olharmos por uma segunda vez, nada tem de bregas, e decidi que, futuramente, quando eu tiver espaço em uma casa maior, dedicarei um canto à coleção dessas magníficas peças.

A concha infelizmente eu não comprei, não sei porquê. Na hora eu estava tomada por um balaio de sentimentos que saí da loja em estado de epifania. Eu ainda tenho esperança de encontrá-la.

O elefante da foto estava na casa da minha avó, Ignês, no alto de um armário aéreo, e como quem não quer nada, sorrateiramente, perguntei a ela se amava muito aquele elefante (sabe aquele olhar do Gato de Botas do Shrek? tipo essa apelação). A vó, com um riso compreensivo e batidinhas na minha perna disse o que eu queria ouvir: pode levar. Ele foi um presente de um aluno muito querido que ela teve, nos anos 60. Ela sabe que o bicho está em boas mãos.

Para o post, separei algumas belas coleções de objetos de louça, na sua maioria de vasos, outra paixão minha (meu deus, sou uma pessoa muito apaixonada, onde isso vai parar?!).

 

 

Minha sogra tem um elefante verde escuro, grandão, de louça, que fica meio solitário naquele grande lar. Será ela, a próxima vítima?

 

Foto elefante: Juciéli Botton para Casa Baunilha | Demais fotos: Reprodução

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