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Como eu salvei a minha pele

Não é expressão popular. Eu realmente tive problemas com a minha pele do rosto a vida inteira e agora, depois de conseguir superar isso, espero ajudar outras pessoas com dramas parecidos por meio deste post de utilidade pública.

 

 

O drama

Eu nunca usufruí de uma pele sem espinhas e cravos e marcas dessas espinhas e cravos que eu nunca deixei em paz.

Quando criança, não sabemos que temos e nem o que significa ter uma pele boa, para que ela serve e como usufruir disso. Já na adolescência, quando mais precisamos dessa pele boa… bom, preciso comentar? Só que quando entrei na fase adulta, as espinhas de outras áreas do rosto sumiram só que as do queixo sempre permaneceram, em ciclos, e isso sempre diagnosticado como de causa hormonal. A recomendação era trocar de anticoncepcional e, ainda assim, era só uma promessa de melhora. Acontece que eu cansei de ouvir sobre casos de mulheres que substituíram o remédio, a pele não mudou e ainda por cima engravidaram (e isso é um problema caso você não queira engravidar naquele momento).

Então, eu continuei a viver de períodos alternados entre: Oba, as espinhas sumiram, tô com a pele ótima hoje! Só hoje mesmo, porque amanhã elas voltam. Mas daí tem o creme secante manipulado, indicado pela dermato, que seca as espinhas e também a sua vontade de viver, sua pele escama de tão ressecada que ela fica. E acrescenta a tudo isso a rotina de lavar o rosto com sabonete neutro de glicerina, pela manhã e à noite, além de nunca dormir de maquiagem. E filtro solar sempre, religiosamente sem-pre! Toda essa rotina de cuidados com a pele e as espinhas sempre lá, afinal, são um problema hormonal e como é que eu vou entrar dentro de mim mesma e apontar o dedo para os meus hormônios e ter uma conversa bem séria com eles? Em períodos de estresse, em que a pele fica pior do que sempre foi, nada que uma make por cima não resolva. E às vezes não resolve mesmo.

Diante de muitos cuidados como esses, só resta aquela típica frase: aceita que dói menos.

O drama piorado

Um belo dia, belo e muito frio, mas frio pra caramba, minha pele começou a reagir ao inverno, como todo ano. Ela resseca muito, principalmente a pele dos meus lábios, que é muito mais sensível. E desta vez, nem Bepantol ajudou e, também, uma dermatite se instalou em algumas áreas do rosto, que lembrava uma espécie de brotoeja, aquilo que os bebês têm, com umas pequenas elevações na pele, mas sem ficar vermelha.

A virada

Ligo para marcar uma consulta com a minha dermatologista e descubro que ela não atende pelo plano de saúde para o qual euzinha tinha acabado de migrar! Na hora eu queria me jogar da ponte, afinal, a mulher tinha todo meu histórico, estávamos testando novos produtos… e agora? Bom, tentei superar ali na hora e pensar no que poderia vir de melhor. Pedi a uma amiga uma indicação de dermato. Só que a dela atenderia somente depois de mais de um mês. Então, na mesma clínica, pedi que marcassem com a que estivesse disponível para aquele mesmo dia. Meu desespero era grande, não aguentava mais a sensação da minha pele e do meu lábio repuxando, era horrível.

Resumo da ópera, foi a melhor coisa que poderia me acontecer. A nova médica me fez olhar para questões que até então eu não tinha atentado e que estavam completamente equivocadas.

Onde eu errei

– Meu banho no inverno era com água escaldante.

– Além de lavar o rosto com água muito quente, eu lavava ele com sabonete, por pelo menos duas vezes ao dia.

Somando esses dois fatores, o resultado era uma pele sem nenhuma camada de gordura protetora. Eu saía do banho com a sensação de que estavam puxando a pele do rosto para atrás das orelhas.

Se eu morasse no norte ou no nordeste, essa rotina de limpeza estaria perfeita. Só que não. Eu moro no sul e comprei uma rotina vendida para todo o país pra que a gente compre mais e mais produtos. Aqui, no frio de lascar, não podemos retirar a camada protetora da pele – isso soou estranho, acho que em nenhum lugar do mundo devemos retirar a camada de proteção da pele. Mas imagina em plenos zero graus de temperatura.

Nova rotina

– Aboli a água quente diretamente no rosto. Primeiro, ela fica em uma temperatura um pouco mais baixa (socorro) e, segundo, ela se deposita antes nas mãos.

– Aboli o sabonete para o rosto. Lavo somente com água.

– Inseri na rotina um creme para restaurar a pele, caso eu ainda sinta que a pele deu uma ressecada após o banho, e também para aplicar pela manhã, após lavar o rosto. Sem fator de proteção solar. É um creme para peles sensíveis. Isso aí mesmo. A minha pele não é oleosa, nem seca, nem mista, ou qualquer outra nomenclatura que sempre vemos em todos os veículos que tratam de assuntos de beleza. Minha pele é sensível. E por ela ter uma sensibilidade elevada, requer cuidados que devem estar alinhados ao meu estilo de vida e à região em que eu moro, e não às revistas, aos tutoriais, às propagandas etc.

No começo era muito bizarro lavar o rosto apenas com água. Eu sentia falta daquela espuminha e da sensação de limpeza. Mas só porque era um costume. Com o tempo, na medida em que vi a pele respondendo de forma positiva, eu percebi que realmente era completamente desnecessário. Era violento, eu diria.

 

Produtos amigos da minha pele, que é sensível: Creme para peles sensíveis, restaurador. Creme com proteção solar e efeito antiacne. Aguinha termal. Até hoje não sei se dá efeito isso, gente, mas adoro borrifar essa coisa. E demaquilante em creme. Sempre usei esse e a minha dermatologista questionou qual o tipo que eu usava, se aqueles bifásicos, trifásicos, e eu disse que usava um em creme, porque eu sinto que os outros arranham a pele quando espalho com algodão, e o creme é gentil com ela. A dermatologista concordou e incentivou que eu continue com ele em versão creme. O pincel eu não uso pra nada, só quis compor na foto, trazer uma coisa de utilitário, de técnica, de make, de beleza.

 

Eu não vivo sem um protetor labial. Tenho um na bolsa e outro em algum canto da casa. Uso antes de aplicar o batom, ou só ele mesmo. E como é incolor, dá pra aplicar sem espelho mesmo. Só na praticidade.

 

Resultado

– A dermatite curou depois de uns 4 dias aplicando um creme específico, indicado pela dermato.

– As minhas espinhas no queixo sumiram.

Essa melhora aconteceu no início de julho. Ainda estou para ver se alguma inflamação poderá surgir, e acredito também que tudo tem uma razão de ser, tem a questão da alimentação e uma série de coisas que podem desencadear uma espinha aqui, outra ali.

 

É simples

Estou completamente feliz e ao mesmo tempo pasma de ver que um simples ajuste – e um ajuste que faz todo sentido: exigir menos de uma pele que passa frio – pode mudar tudo, não somente em termos práticos, mas também de compreensão de como algumas rotinas estão associadas à máquina do mercado e que efeito ela tem sobre o seu rostinho!

 

Mas é só o começo

No verão, o papo com a dermatologista vai ser outro, focado na estação e, novamente, nos meus hábitos durante esse período. Que, aliás, aqui em Porto Alegre é escaldante!

 

Deixa eu te ajudar

A grande mensagem que esse grande post quer te deixar é: faça a sua rotina de beleza/cuidados com a pele de acordo com o seu tipo de pele, que você deve descobrir junto com o seu médico e não num teste em um site, e de acordo com o seu estilo de vida e a região onde você mora. Se você trabalha ao ar livre, exposto ao sol, os cuidados devem ser outros, com certeza. Se trabalha em uma cozinha, por exemplo, com umidade e calor excessivos, também deve olhar pra esses aspectos. Se fica exposto ao ar condicionado do escritório, o caso é outro. Se usa mil produtos de limpeza para a pele, talvez ela esteja sofrendo como a minha.

Prestem atenção, peçam ajuda a um especialista e cuidem-se.

 

Tem alguma dica de cuidados com a pele? Escreve aqui nos comentários!

 

Fotos e texto: Juciéli Botton para Casa Baunilha

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