Meu marido e eu saímos para caminhar em uma manhã e nos deparamos com uma pitaia enorme, toda cortada e largada na calçada. Olhando no entorno, tinham feito uma limpeza na área verde perto do parque e por isso as árvores estavam podadas. Fiquei com dó e quis dar uma segunda chance à planta. Fomos para casa e voltamos ao local com balde e luvas para pegarmos algumas mudas.
Eu nunca tinha tido contato com pitaia antes, nem nunca provei o fruto – e já me informaram que não tem gosto de nada. De qualquer forma, eu adoro cactos.
E ainda por cima, resgatar plantas das ruas é uma ótima maneira de criarmos um jardim com custo zero. Se você for à floricultura hoje atrás de um cacto, de um exemplar de tamanho considerável, bem desenvolvido, prepare-se para gastar, no mínimo, cem reais. O valor não baixa disso.
Apesar da pitaia ter tomado conta daquele canto de tão enorme que a planta estava, havia apenas dois frutos.
As três da esquerda tinham os nós de finalização nas pontas. As outras três, à direita, tinham um corte, já estavam bem ressecadas e ainda apresentavam uma espécie de raiz saindo do centro. Plantei ambas as formas a fim de testar e ver quais conseguiriam pegar. Eu ainda plantei uma outra estaca que ficou de fora do registro acima, que também estava cortada na extremidade, porém, não possuía raiz como as outras. Então temos mais esta experiência.
Isso não é demais? Saio de casa de mãos vazias e volto com 6 cactos lindos para o jardim. E tudo gratuito.
A pitaia, por ser um cacto, é suculenta, ou seja, precisa de uma boa drenagem da terra para não ter o vaso encharcado e apodrecer. Por isso, todos os vasos precisam ter ou receber furos no fundo, incluindo as embalagens de plástico que reaproveitei. Posicionei cacos de tijolo e telha no fundo antes de colocar a terra, para ajudar ainda mais na drenagem.
Reguei um pouco as mudas após o plantio. Mas bem pouco mesmo porque não é aconselhável aguar o cacto após ser plantado devido às bactérias que podem se proliferar na base enterrada. Senti que precisava molhar as mudar porque já estavam ressecadas lá na calçada e ainda ficaram 19 dias em um balde esperando por nutrientes.
Confira no vídeo como foi o plantio:
Embora eu soubesse quase nada sobre a pitaia, sempre recorro ao meu livro Plantas Para Jardim no Brasil, do Harri Lorenzi. É um prazer aprender sobre as plantas. A pitaia é original da América tropical e suas flores, bastante vistosas, desabrocham como as de muitas espécies de cactos: à noite e durante o verão. Antigamente, o cultivavam ela em pórticos de sítios e fazendas, criando uma moldura verde, e também junto a outras espécies para que se apoiasse por meio das raízes aéreas. Fica muito bem em jardins de pedras, sob o sol pleno, junto a muros e rochas.
Temos algumas rochas lá no sítio, ela ficaria muito bonita se debruçando sobre elas. Vou plantar algumas mudas por lá.
O livro também traz a boa notícia de que ela se multiplica facilmente por estacas. Então, acho que estamos no caminho certo.
A pitaia também é conhecida popularmente como flor-da-noite, rainha-da-noite e dama-da-noite. Imagino que seja pelo desabrochar da flor notívaga.
Agora é só esperar. Volto a qualquer momento com mais informações sobre as mudas de pitaia ; )
Fotos, vídeo e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.
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