A casa alugada

A casa alugada | Os passeios nas floriculturas

Ai, as floriculturas das cidades pequenas e arredores. Adoro quando chega o fim de semana e eu posso tirar um tempo para andar tranquilamente pelos corredores das estufas e viveiros. Além de me sentir bem, observo as plantas, encontro algumas desconhecidas, vou aprendendo sobre elas com os atendentes, sempre atenciosos, além de visualizar quais plantas farão parte do meu jardim do futuro.

Por exemplo: nas minhas andanças pelas floriculturas, aprendi que o perfume da madressilva é mais suave que o do jasmim, que consegue ativar minha rinite. Então a madressilva já entrou para a lista de plantas para criar uma parreira e cercas-vivas na minha casa do futuro.

Estar afastado do grande centro urbano pode significar mais proximidade com um número maior de floriculturas e viveiros e aprendizado sobre as folhagens. Há muitas opções tanto na cidade quanto nas proximidades, em detrimento da única e careira floricultura que tínhamos perto do nosso apartamento em Porto Alegre, de onde saíram todos os vasos da minha coleção de cactos.

Pratico jardinagem custo zero, aproveitando restos de podas da vizinhança, resgatando plantas que crescem em fendas na calçada. Mas plantas como o eucalipto prateado, que há muito procurava, não posso deixar de levar a muda quando encontro. Além do eucalipto, nesse mesmo passeio aproveitei para comprar dálias. Sempre admirei dálias, desde criança. Comprei a da foto, três flores em rosa em degradê com amarelo, atrás da grande amarela em primeiro plano. Quando puxei o vaso, as brancas vieram junto. Havia duas mudinhas no mesmo vaso.

Original do México, a dália, de nome científico Dahlia pinnata, tem as raízes tuberosas, com aquelas batatinhas que facilitam a criação de novas mudas. Gosta de sol pleno, de solo rico em matéria orgânica e bem drenado. Floresce no verão e repousa no inverno. Perde todas as folhas mas, como diz o atendente da floricultura, “deixa ela quieta que quando voltar o calor ela vai vir com tudo”. O melhor plantio das batatinhas é no fim do inverno ou na primavera.

Também trouxe 3 roseiras. Duas de pétalas ilustradas, como eu chamo, uma de tom mais avermelhado e outra puxando para o rosa. E a terceira roseira em um incrível tom coral.

Levo essas plantas e árvores para casa porque sou aventureira, mesmo. Como a casa é alugada, ter plantas que precisam de espaço no solo para se desenvolverem é um desafio. Algumas eu plantei direto no chão, cavando buracos no imenso gramado da frente. Que é o caso da minha primeira roseira. Quando me mudar, vou retirar com o torrão e transplantar para o novo terreno. Elas vão comigo aonde eu for.

No caso dessas que comprei durante esse passeio na floricultura, fiz como o atendente recomendou. Comprei vasos de um tamanho bom para a planta se desenvolver, feitos de um plástico molinho, lembrando aqueles que envolvem os torrões de mudas novas. Segundo o profissional, as roseiras e até o eucalipto vão se virar bem até que possamos plantar no chão, na nossa casa do futuro.

Esses vasos, além de serem mais baratos, deixam o conjunto planta-vaso mais leve, que é a melhor situação na hora de movimentar – temos que ter em mente que a terra e a água deixam mais pesado.

Lindo o vaso com a fenda e as suculentas aproveitando o lado voltado para o Sul.

A hortênsia azul é a flor ícone da serra gaúcha. Mas a rosa, nesse tom específico da foto, é espetacular. E detalhe: o rosa é obtido em solos alcalinos. Pois é, o PH do solo determina a cor das flores. Não levei pra casa porque ainda não é a hora. Ela virá para a casa do futuro ou, ainda, para a casa do sítio. Terei de distribuir as plantas porque são tantas com as quais eu quero conviver que uma parte delas fixará residência no sítio e outra na casa da cidade.

Ela também é conhecida como rosa-do-japão, porque tem origem na China e no Japão, gosta de sol pleno, terra fértil, rica em matéria orgânica. Aprecia climas frios, recebe podas drásticas no fim do inverno para florescer na primavera e no verão e se multiplica fácil por estacas.

A roseira ilustrada, como eu chamo, de tonalidade rosada. Um rosa bem mais carregado e luminoso que o da hortênsia.

E a segunda roseira de pétalas ilustradas, em tom avermelhado.

Todas as flores desta foto são de plantas trepadeiras, que criam ramagens extensas. Estou de olho nelas para a casa do futuro, para criar parreiras, paredões verdes e cercas-vivas, para obter sombra e privacidade junto a muros e cercas. A bordô bem de cima é a Allamanda blanchetii. Encontramos nas cores escuras, amarelas e brancas. As outras flores de baixo, em várias tonalidades de rosa são as dipladênias, de nome científico Mandevilla. Gosta de sol pleno, não tolera geadas e aceita podas de contenção após o período de floração. A multiplicação é por sementes e estacas.

Eu sou a louca das bromélias. Sempre admirei o visual delas, sempre lutei pelas que existem no sítio, nascidas de forma gaudéria, como o pessoal daqui fala, impedindo que fossem cortadas. Também vou rechear os espaços com elas quando for a hora.

Nunca tinha visto uma suculenta tão florida como esta.

Plantas de tonalidade escura são ótimas para contrastar com muros e paredes de pedra ou alvenaria claras, criando um contraste bem interessante.

Este é o tom da roseira coral que eu escolhi. A única flor da muda estava um pouco sofrida, mas o que vale é sabermos que cor estamos levando pra casa. Quer dizer, surpresas também são boas.

O eucalipto-prateado (ou, ainda, eucalipto-cinzento, eucalipto-azul, eucalipto-argentino), que trouxe para casa e que por enquanto também será plantado em vaso, assim como as roseiras. Comprava os galhos dele no supermercado em Porto Alegre, para criar arranjos em casa. Ficavam lindos, mas eram muito caros. Menos mal que quando desidratavam, ganhavam utilidade eterna como arranjo seco.

O nome cientifico dele é Eucalyptus Cinerea e tem origem na Austrália. É uma planta perenifólia, ou seja, as folhas são perenes. Pode crescer de 7 a 15 metros de altura. Tolera podas que mantêm a planta baixa. A velocidade de crescimento é moderada e prefere clima ameno como o do Sul. E a informação que eu mais adorei quando li no livro do Harri Lorenzi: pouco atacada por formigas.

É um verdadeiro passeio ir nas floriculturas. Assim como ir ao supermercado. Adoro. Se eu pudesse, ia todo final de semana. Mesmo não comprando nada, caminhar entre as folhagens é revigorante.

E você, também gosta das floriculturas como local de passeio? Consegue sair sem comprar nada ou tem que sempre levar uma plantinha pra casa? Conta aqui nos comentários ; )

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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