Crônicas,  Vida e Carreira

Anos luz pela fresta da sua janela

 

Sabe aquelas persianas antigas de plástico com barras que quando fechadas se encaixam umas nas outras e quando abertas mostram furinhos da estrutura por onde passa luz?

Sabe quando você fecha a persiana e fica aquela fresta entrando luz quando não é pra entrar luz?

Sabe quando você sobe a persiana novamente e se esforça com toda a sua energia pra tentar fechar ao máximo e ela continua com as malditas frestas?

Sabe quando você chama o cara pra resolver isso e ele desmonta tudo pra colocar mais tiras?

Sabe quando esse cara tenta abrir e fechar a persiana na sua frente pra confirmar que agora está funcionando?

Sabe quando ele consegue?

Sabe quando de noite no mesmo dia você vai fechar a persiana e ela continua com as frestas?

Sabe quando você na mesma noite já não dorme porque você tá agarrado num ódio…?

Sabe quando o primeiro raio de sol que passa por aquelas malditas frestas dão no meio da sua íris do seu olho da sua cara?

Sabe que aquele raio veio de uma distância de anos luz, atravessou todas as camadas de ares da terra e chegou no seu continente, no seu país, no seu estado, na sua cidade, no seu bairro, na sua rua, na sua casa, na sua janela da persiana que tem a fresta cujo conserto já foi pago?

Como que faz pra viver depois disso?

Já sei de onde vêm os bebês e os presentes de Natal, agora quero saber como as frestas da persiana sobrevivem.

 

Em tempo 1: o outro cara que eu chamo também não consegue resolver e assim por diante.

Em tempo 2: nem sempre a frase da minha mesinha de cabeceira ajuda – vide post clicando aqui.

 

Foto e texto: Juciéli Botton para Casa Baunilha

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