DECORAÇÃO,  Reformar

Reforma da cozinha | Prateleiras de pínus

Eu ainda vou compartilhar todo o processo de reforma da minha cozinha, como a pintura dos azulejos e o balcão sob medida. Mas como as prateleiras ficaram prontas, achei que já podia compartilhar essa transformação que tanto mudou a cara da minha cozinha e até o meu comportamento, me ajudando a ser mais organizada, mesmo que a reforma ainda não tenha terminado.

 

Eu já tinha feito um test drive com prateleiras antes destas definitivas. Porque se tem uma coisa que morar em um apê pequeno me ensinou é que quanto mais espaço temos, mais acumulamos objetos. E quando escondidos em armários, nem lembramos que existem. Então eliminei o armário aéreo que existia e instalei prateleiras para que utensílios e mantimentos fossem visualizados. Só que as prateleiras do antes foram reaproveitadas do tamanho que estavam, sem se adequarem à cozinha. A de madeira era super profunda, como dá pra ver na foto do antes. A cinza, de cima, um pouco mais estreita e bem comprida. Isso fazia empilharmos muitas coisas e criava um ar de sufocamento, já que a cozinha é pequena. Com a reforma definitiva, instalei prateleiras estreitas, também reaproveitadas, com profundidade suficiente para guardar apenas os itens essenciais. A prateleira mais alta ainda ficou sem nada, de tanto que reduzi os itens aparentes. Talvez eu coloque plantas e temperos frescos.

Ter usado outras prateleiras antes ajudou a identificar a necessidade de prateleiras mais estreitas e de reduzir a quantidade de louça e mantimentos expostos, deixando a minha cozinha mais útil do que nunca e, também, arejada. Agora tenho vontade de lavar cada item logo após o uso, para ver os espaços preenchidos, como se as prateleiras fossem um quebra-cabeça. Qualquer buraco vazio deixa o visual desequilibrado. Reparem, também, que na foto de antes, além dos azulejos antigos, a luz ainda era amarelada, quente. Na foto do depois, os azulejos já estão pintados de branco e a luz é fria, de led.

 

Eu tinha esta tábua de pínus da Leroy que também usei como prateleira na cozinha de antes. Ela ficava bem no alto. Serrei ao meio para facilitar na hora de levar ao marceneiro, para cortar ambas as partes ao meio novamente.

 

O que gerou quatro prateleiras de 15x92cm. O comprimento casou certinho com o da estante preta de ferro que fica embaixo das prateleiras, como bancada de apoio. O próximo passo foi passar uma lixa número 220 e, depois, passar um acabamento. Embora eu ame a coloração clara e natural do pínus, não me agrada a textura porosa, ainda mais para a cozinha, ambiente com umidade e gordura presentes no ar. Por isso optei por passar um verniz marítimo – era o que eu já tinha em casa – de baixo odor. Um baixo odor que fica dias na tua casa – bom, se você tem pátio, não vai ser nada sufocante. Passei uma demão, esperei secar e passei, novamente, a lixa 220 porque a madeira absorve a primeira camada e algumas farpinhas podem surgir. Depois da lixa, passei uma segunda demão. Você pode repetir esse processo de demão e lixa quantas vezes achar necessário, dependendo do estado da sua madeira e do acabamento que desejar. Não esqueça de seguir as instruções do produto como tempo de secagem e precauções contra alergias, como o uso de máscara. Sempre leia o rótulo.

 

Depois é preciso deixar secar por alguns dias e, quando fui instalar, ainda estavam meio grudentas – e a parte que entrou em contato com as folhas no chão ficou manchada pela parte branca do papel. Lixei levemente o local e instalei essa parte virada para o lado contrário à porta da cozinha. A dica aqui é: coloque as tábuas para secarem de acordo com o lado que você quer que seja instalado (o que fica para cima, para baixo, virado para a porta, etc), já que a madeira possui várias nuances de cor, manchas e até buracos.

 

Escolhi mãos-francesas pretas e de design reto e fino para conversarem com o visual da minha estante de ferro preta, a bancada de apoio. Sempre confira o tamanho da mão-francesa, se ela é adequada para a profundidade da prateleira, e quantos quilos ela é capaz de suportar, dependendo do que quiser apoiar – vem escrito nela própria, de fábrica, ou na etiqueta da loja, no código de barras. Eu escolhi um modelo que vem com kit completo de parafusos e buchas próprios para o tamanho da mão-francesa. Vêm dois parafusos e duas buchas para a parede, e dois parafusos menores para fixar na madeira. Usei a linha do rejunte antigo como guia para a instalação, e a altura entre os azulejos para a distância entre as prateleiras. Com um nível d’água, seguro as mãos-francesas com a prateleira sobre elas e confiro no nível se está alinhada. Marco os furos com um lápis e, com a furadeira e a broca adequada, faço todos os furos para as três prateleiras.

 

Depois de instalar as mãos francesas, é hora de alinhar as madeiras. Quando forem colocadas, as linhas do rejunte irão sumir.

 

Algumas madeiras não aceitam muito bem um parafuso assim, a seco. Ele gira e não entra. É preciso furar com um prego antes. Então, posiciono todas as madeiras sobre as mãos-francesas e marco onde devem ser inseridos os parafusos. Retiro as tábuas e faço um furo nos lugares marcados com um prego de diâmetro menor que o do parafuso. Depois é só colocar as madeiras de voltar e aparafusar.

 

De maneira nenhuma quero te desencorajar a instalar as tuas próprias prateleiras. Use uma luva para diminuir o atrito – que foi o que fiz, mas só depois que a bolha já tinha surgido.

 

Prateleiras colocadas e um momento para contemplar os avanços do meu apê, antigo e pequeno. Como eu gosto dele! Como é bom a gente arrumar a nossa casa com as próprias mãos! Que orgulho. Pare por um momento você também, contemple e vibre com as tuas conquistas.

 

O DETALHE QUE FAZ TODA, MAS TODA A DIFERENÇA

Parece bobagem, mas pintar os parafusos da mesma cor das mãos-francesas faz toda a diferença. Isso é que dá cara de prateleira nova para as nossas prateleiras novas. A limpeza visual que isso proporciona não tem igual. A coerência visual não tem preço. Vai por mim.

 

Eu nem comprei tinta pra isso. Peguei a de spray que já tinha em casa, que, inclusive, usei para restaurar uma fruteira de metal – confira clicando aqui. Só que não tem como você pintar com spray algo tão pequeno sem acabar mancgando todo o resto. Então apertei o spray bem próximo a uma tampa velha, o que fez a tinta acumular, líquida e, com um pincel, fui pegando o resíduo e aplicando sobre os parafusos prateados. Facílimo.

 

Muito melhor. Muito padrão. Muito profissional. Muito bonito. Não sei nem que palavras escolher para descrever o que parafusos camuflados representam na vida do ser humano moderno.

 

 

A posição do trio de prateleiras na parede foi escolhida de acordo com a posição do balcão de apoio. Queria que elas ficassem alinhadas com ele.

 

A quantidade de itens é a mesma da quantidade de gente que mora em casa. Duas xícaras, dois copos. O restante da louça, que também não é muito, fica em um armário na sala. Quando um copo fica ausente, dá vontade de lavar correndo e preencher o espaço para que a cozinha continue assim, organizada e linda.

 

O porta-tempero que restaurei – confira clicando aqui – guardando os louros da vitória, digo, do feijão.

 

Esta peça é uma criação minha em cerâmica. Adoro ela. Nasceu taça para servir uma sobremesa, virou fruteira e talvez eu ainda plante suculentas nela.

 

Esta foi a primeira modificação na minha cozinha que mostro aqui no blog e, em breve, teremos muitas outras. E você, tem planos de modificar alguma coisa na sua? Conta aí nos comentários.

 

Até a próxima.

 

Fotos e texto: Juciéli Botton para Casa Baunilha

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