Meu amigos e minhas amigas, vou falar sério agora com uma urgência que acho que nunca falei aqui no blog. Esta receita possibilita que a gente se programe para comer comida de verdade durante a semana inteira. Comida de verdade é aquela que a gente mesmo prepara com os alimentos que saem da natureza e que são pouco processados até chegarem na nossa casa.
Se você tirar o final de domingo, ou mesmo o almoço de domingo para fazer esta panelada, você terá marmita para o resto da semana – até fotografei a receita numa marmita mesmo para mostrar que vale a pena sair para trabalhar com a consciência tranquila e nutrida. E ainda, de bônus, ao final desta postagem, vou sugerir outras receitas para fazermos a partir desta, pois todos os ingredientes já estarão cozidos, então fica tudo muito-muito-muito fácil. É pra facilitar, de verdade, a rotina.
I N G R E D I E N T E S
- 1kg e 1/2 de pernil de porco (ou outro corte suíno de sua preferência)
- 2 cenouras descascadas e cortadas em pedaços grandes
- 3 cebolas descascadas e cortadas (pode ser ao meio ou em cruz)
- 4 batatas inglesas descascadas e fatiadas (pode ser ao meio ou em cruz)
- Um punhado de vagens sem as pontas
- 6 dentes de alho inteiros
- pimenta do reino moída na hora
- 2 xícaras de vinho tinto seco (é o que faço quando não me agrado de algum vinho que achei que ia gostar de tomar, ou que ficou aberto por muito tempo e acabou azedando. O destino é a panela)
- 1 xícara de água
- curry a gosto
- sal a gosto
P R E P A R O
Acomode a carne no fundo da panela, temperada com sal, pimenta do reino e curry. Por cima, os legumes. Acrescente a água e o vinho. Cuide para respeitar a capacidade máxima da panela, que costuma ser de 2/3 (como mostra a foto seguinte). A minha tem capacidade para 6 litros. Ajuste o sal. Feche a panela e, depois de pegar pressão, reduza para fogo baixo e conte 20 minutos. Às vezes deixo 25 para garantir. Aos poucos você vai sentir a necessidade de mais ou menos tempo conforme o ponto dos alimentos. Eu também fiz arroz para acompanhar mas, como a receita leva batata, já temos a porção de carboidrato na panela de pressão.
V O C Ê A I N D A P O D E
- substituir o vinho por água, se não quiser usar bebida alcóolica;
- selar a carne na própria panela de pressão, antes de colocar os legumes. Dá uma textura extra, um gosto a mais e uma cor dourada maravilhosa à carne;
- usar pimenta dedo de moça;
- usar outros legumes de sua preferência;
- substituir a batata inglesa pela batata rosa. A primeira absorve bastante os líquidos e a batata rosa se mantém bem firme, mesmo após o cozimento na panela de pressão;
- substituir o vinho por cachaça;
- usar outros temperos. Eu, por exemplo, gosto de pingar algumas gotas de um azeite aromatizado com pimenta caiena.
A PARTIR DESTA RECEITA, É POSSÍVEL FAZER:
Escondidinho: No lugar da batata, coloque mandioca e ela também sairá da panela de pressão se desmanchando. É só desfiar a carne, fazer o molho conforme você quiser (com tomate, pimentão, cebola, alho etc), cobrir com a mandioca batida ou amassada, queijo para finalizar e gratinar no forno.
Purê de batata: A batata fica bem molinha, então é só esmagar e adicionar os ingredientes que você costuma usar para fazer o purê (manteiga, leite, sal, pimenta moída na hora etc). A vantagem é que a batata absorve todos os sabores presentes no cozimento sob pressão. Talvez você ache ela muito aguada. Então, pode substituir pela batata rosa que fica mais tenra.
Molho para macarrão: Com a carne desfiada, você pode fazer um molho para acompanhar uma massa. Não esqueça do queijo ralado.
Buraco-quente: Com a carne desfiada, faça um molho para rechear pães franceses, abrindo apenas um buraco em uma das pontas do pão para recheá-lo. Não esqueça de colocar queijo dentro, para derreter com o calor, e o que mais você quiser, uma maionese caseira, cheiro verde picadinho etc.
Estas são apenas algumas das muitas receitas que podemos criar a partir desta receita da carne de panela de pressão.
Eu não sei vocês, mas não vivo sem panela de pressão. Depois do primeiro dia em que usamos a panela de pressão na vida, refugiados na sala com medo de uma explosão, vimos que tudo deu certo e então não paramos mais de fazer preparações na panela, desde massa com molho e queijo e tudo mais até o tradicional feijão. Eu escolhi não ter micro-ondas, nem batedeira, nem processadores, nem juicer nem nada. Mas panela de pressão é vital na minha cozinha. A minha primeira era da minha avó, de alumínio com design tradicional, com o pino que roda – trilha do peão do baú, por favor. Depois de usá-la por anos e concluindo que era um instrumento fundamental na nossa alimentação, decidimos nos desfazer da de alumínio porque, segundo pesquisas, a gente acaba ingerindo o metal. Ficamos meses sem a panela de pressão, economizando, até que, enfim, compramos uma de inox com mecanismo moderno – que nostalgia aquele pino que gira e solta a fumacinha. A panela chegou há pouco e estamos tentando compensar o tempo sem ela. E uma das primeiras receitas que fizemos foi essa da carne de panela, porque já é um clássico do cardápio da nossa casa.
Fotos e texto: Juciéli Botton para Casa Baunilha
