Retornei à Famiglia Fadanelli. Pela segunda vez, escolhi a tradicional casa italiana para jantar, porque sou dessas, volto quando gosto da comida e sou bem atendida. Pena que há poucos dias de começar o festival de gastronomia que acontece duas vezes por ano em Curitiba.
Mas foi ótimo igual. A escolha foi o conchiglione de camarão, com molho de queijo leve ao vinho branco, alho poró e nozes. Para duas pessoas.
O prato vem à mesa servido inteiro em uma travessa. Vamos servindo aos poucos – a primeira é pelo garçom.
Eu simplesmente amo massa, de tudo que é formato e em praticamente todas as combinações de sabor.
Na verdade, massa e queijo são amantes inseparáveis. Daí junta um camarão e uma noz, vamos reclamar do quê da vida?
Um aprendizado ocorreu durante a sobremesa. Eu estava muito inclinada a pedir a pêra cozida no vinho com cardamomo e servida com creme inglês. Mas achei que já que ia gastar com mais este “prato”, teria que pedir algo de mais “robustez” para dividir com meu marido. E também fiquei achando que ele não ia gostar de pagar por uma “fruta”. Aquelas afirmações que fazemos apenas no campo do pensamento e que por preguiça não confirmamos na prática e que nos levam a arrependimentos.
Então pedimos o famigerado petit gâteau que, a propósito, estava ótimo, o sorvete era muito bom e o bolinho estava uma delícia, com o recheio mole que escorria e tudo mais. Só que foi um erro, não tem nada a ver comigo. Não consigo lidar com as diferenças absurdas de temperatura. Comida agridoce eu adoro, mas gelada e pelando ao mesmo tempo não. Outra questão: é muito doce, dulcíssimo eu diria. Não dá margem para interpretações de gosto, só consigo pensar em açúcar, açúcar, açúcar e água mineral.
Então me conscientizei de que sou uma pessoa de fruta ao vinho mesmo. Até nem costumo pedir sobremesa nos restaurantes, mas caso aconteça numa próxima, estarei mais segura de quem eu sou e do que quero. Petit gâteau acho que nem na próxima vida.
O café vem acompanhado de chantilly e biscoitinhos amanteigados.
Era uma terça-feira. A casa é grande e no início da semana há pouco movimento, o que pode gerar aquele sentimento de isolamento. Por isso, aos finais de semana, com o movimento mais intenso, a experiência pode ser ainda melhor. Bom, isso depende de cada um. Quando fui pela primeira vez, era a época do festival gastronômico, era frio, tinha fila de espera, mas a casa estava lotada, quentinha e cheia de gente e de barulho, como uma típica casa italiana. Eu adorei.
A Famiglia Fadanelli fica na Avenida Manoel Ribas, número 5667, no bairro Santa Felicidade em Curitiba, no Paraná.
E agora quero saber de ti: és uma pessoa de petit gâteau ou de fruta ao vinho?
Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.