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Construindo um braseiro para o sítio | Parte 3: reaproveitando disco de arado e montagem dos bancos

O projeto de construção do braseiro do sítio trouxe felicidades que eu nem esperava. Alguns prazeres eram intrínsecos e eu já contava com eles, como poder criar algo com as próprias mãos, trabalhar em meio à natureza, ficar em paz no sítio, o cansaço bom ao final do dia, decorrente de estar fazendo algo que se quer muito.

Mas ver a união das famílias, ter o projeto concluído em tempo recorde e não gastar um real nele foram alegrias que vieram de surpresa e que eu revivo todos os dias.

Meu marido e eu estamos juntos há vinte anos e, embora nossas famílias sempre se deram bem, nunca houve um entrosamento de fato. Elas nunca se frequentaram, digamos assim. Coisas da vida.

Então, quando vi meu pai e meu sogro se unindo para concluirmos o braseiro, foi um momento histórico, muito especial para mim. E único.

Dessa forma, a construção do braseiro ficou mais fácil, a conclusão foi rápida e de custo zero. Mas, o mais importante foi poder ver essa união, e o braseiro será um espaço no sítio que contará essa história.

Meu sogro conseguiu este disco de arado que servirá de base onde serão queimadas as lenhas. É o braseiro em si. E era exatamente o tipo de peça que eu queria colocar no espaço. Sempre pensei em reaproveitar uma peça dessas e, justamente quando ia começar a peregrinação atrás de uma, meu sogro apareceu com esta. Nem preciso dizer que adorei a textura e a cor da ferrugem.

Meu pai tinha alguns caibros que não estavam sendo ocupados e que acabariam virando lenha. Serviram para fazer os bancos do braseiro, posicionados sobre algumas pedras que meu sogro também tinha em casa.

Acompanhe no vídeo a montagem dessas peças e a conclusão da construção do braseiro (o quinto e o sexto dia de projeto):

Para fazer a base dos bancos, empilhamos duas pedras em cada lateral. O caibro ficou apenas apoiado sobre elas. Dessa forma, em um instante os bancos estavam prontos para serem usados. Ainda pretendo lixar e passar verniz para fornecer alguma durabilidade às madeiras. Talvez o verniz náutico seja uma opção. Vou pesquisar.

Posicionei o disco de arado sobre o platô de pedra. O platô estava bem visível depois da capina e da limpeza e a chuva ainda ajudou a remover mais terra, revelando várias texturas da pedra que eu ainda não tinha visto, como mostrei no vídeo. Há uma fenda na pedra e foi bem ali que posicionei ele.

E o braseiro ficou pronto para ser usado. Porém, agora começa o trabalho de paisagismo. Como comentei no vídeo anterior, há um cacto caído no sítio que quero resgatar, trazendo ele para compor junto com as pedras. Além de plantar várias outras espécies. Mas, mesmo ainda tendo muito o que fazer em termos de plantio, o braseiro está pronto para uso, o que me deixou bastante impressionada. Na verdade, fiquei em choque mesmo. Foram três finais de semana de trabalho, da primeira enxadada da capina até o primeiro fogo ateado para teste.

Por se tratar de um lugar afastado da cidade, a céu aberto, e que dependia de conseguir alguns materiais, e de pessoas que os levassem até lá, eu achava que ia demorar muito até concluir, no sentido de ver o mato crescer todinho novamente e ter que refazer as capinas várias e várias vezes até que eu finalmente pudesse usufruir do espaço. Graças à união dos pais, conseguimos finalizar o projeto.

O primeiro fogo do braseiro.

Eu tentava fotografar a planta curiosa, que mostrei no vídeo, mas um certo focinho se metia, porque não pode ver uma mão que já quer carinho.

Cresce como mato no sítio. Lembra aquelas plantas usadas em decorações natalinas, com folhas espinhosas nas bordas e frutos que ficam rosados. Se você souber que planta é essa, escreva nos comentários. Não entendo do mundo das plantas mas sou apaixonada e curiosa. E se temos o conhecimento, podemos cuidar melhor do nosso jardim.

Além de ter concluído a construção do braseiro, levei o Rogerinho para uma consulta na veterinária. Acredito que tenha sido a primeira vez na vida dele. Dei as principais vacinas e remédios. E tomou banho! Que também acredito ter sido o primeiro da vida dele. O laço durou só até as fotos. Retirei pois ele precisa estar livre, do jeito que sempre foi.

Foi só eu abrir a porta do carro para ele subir correndo. Parece que a ideia de irmos embora e não levá-lo conosco não o agrada. O que me deixa bastante feliz. Sinal de que não ficou brabo comigo por tê-lo feito tomar vacinas hahaha. Acho que rolou uma gratidão por tudo que fiz por ele até agora.

Minha mãe botou fé que o mato misterioso poderá brotar na água. Tomara.

A qualquer momento, volto com mais informações, agora, sobre o paisagismo do braseiro do sítio.

Fotos, vídeo e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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