SÍTIO

As frutíferas do sítio usam crachá

Uma das atividades que adoro fazer no sítio é observar as plantas para entender o que acontece com elas. A partir desse olhar, consegui identificar várias frutíferas. As típicas frutas silvestres, também conhecidas como frutas do mato, que os pássaros adoram como araçá, pitanga e até maiores como bergamotas, nêsperas e goiabas.

E embora a gente fique alguns dias afastados, muita coisa acontece no sítio. Meu sogro tem vacas que costumam pastar por lá e que não deixam passar nada. Comem desde bromélias espinhosas até conchas de grandes moluscos. Arrancam, pisoteiam, comem, dão cabeçadas. Já contei aqui que vi destruírem uma plantação de bananeiras com seus bezerros brincando de dar cabeçadas nas plantas.

Uma das saídas que encontramos para proteger as árvores foi cercá-las com tela. Só que não são todas que podemos cercar pois isso custa (muito) dinheiro e, muitas vezes, as vacas conseguem deformar e amassar a tela. É preciso escolher as batalhas.

Há também as pessoas que circulam por lá prestando serviços e que podem acabar cortando ou arrancando uma frutífera sem saber, ou até mesmo uma planta de que a gente gosta muito apenas porque é bonita ou porque floresce em determinada época do ano, o que é muito bom para as abelhas. Para isso, identificar as árvores com uma etiqueta, ou “crachá”, me pareceu um recurso a mais na tentativa de manter algumas espécies, já que há muita movimentação pelo sítio. Lembrei dos crachás usados pelo auditório do Sílvio Santos, com os nomes escritos com letras enormes para ele enxergar.

Usei aqueles plásticos para crachás simples, virei o cartão ao contrário e escrevi no verso. Coloquei um pedaço de fita isolante para vedar a abertura do plástico contra as chuvas e fiz um furo, com um furador de papel mesmo, em uma das pontas do plástico, por onde passei o lacre.

Deixei os lacres bem folgados para a árvore conseguir se desenvolver. Mas eles podem ser trocados na medida em que elas crescem.

Nem sei que planta é esta mas, por um período, ela ficou completamente cheia de flores amarelas. É alta, quase uma árvore, e tem o tronco bem limpo, concentrando as flores apenas no topo. Tanto é que chamo de guarda-chuva amarelo. Isso já é suficiente para que eu queira protegê-la e acredito que o crachá pendurado pode alertar as pessoas de que tem alguém que se importa com ela e, portanto, não é uma planta que pode ser cortada ou arrancada.

Este araçá está com pequenas brotações. Não sei se dali saem flores ou se já são os frutos. Estou adorando acompanhar o passo a passo da natureza e aprender com ela.

Tomara que a iniciativa ajude a proteger as espécies. A qualquer momento, volto com atualizações.

Conta aí nos comentários: como você protege as plantas e as árvores no teu terreno?

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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