Crônicas,  Vida e Carreira

Virei cabeleireira

Das coisas menos importantes da pandemia, a que mais me espanta é que eu tenha cortado o meu próprio cabelo. Eu sei que tem muita gente acostumada a cortar o próprio cabelo. Mas eu nunca fiz isso na vida. Tenho muito cabelo, volumoso, comprido e meio ondulado, meio encaracolado às vezes, com a raiz lisa embaixo e querendo encrespar na frente. É um cabelo difícil que, na minha concepção, teria que sempre depender de um profissional. Pra tudo.

A pandemia aconteceu e vivi muitos meses sem conseguir tomar uma decisão até que tive que fazer. Quando decidi, não pensei. Simplesmente foi. Até porque, se não for assim, no ímpeto, nunca será. O problema é que vicia. Uma vez cortando o próprio cabelo, nunca se cortou o suficiente.

Daquelas coisas que não dá pra entender. Como, do nada, viramos cabeleireiros? Era uma das várias coisas que eu queria ser quando crescesse, mas nunca imaginei que seria assim, sem as devidas honras, sem curso, sem preparação, sem erros cometidos nos cabelos dos familiares cobaias. Do nada, eu virei cabeleireira.

É muito doido isso. Claro que estou sendo dramática aqui, pois não sou e nunca serei cabeleireira. É preciso estudar um bocado, muitas horas de prática, até que alguém confie as madeixas a você. E eu não tenho esse tempo, já quero fazer muitas coisas na vida e estudar cabelo não vai dar pra mim.

Terei de seguir no amadorismo e no autoatendimento, apenas.

Foto e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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