Que alegria quando o exemplar de Árvores e Arvoretas Exóticas no Brasil chegou. Um livro para consulta muito útil agora que estou aprendendo mais sobre esses seres incríveis que são as árvores. Na verdade, estou curiosíssima sobre a vida das plantas em geral e sobre como eu posso cuidar das que têm no sítio e quais podem viver bem por lá.
O sítio é a oportunidade perfeita para que eu continue a fazer uma das coisas de que mais gosto na vida: adentrar em um assunto totalmente novo e aprender. De uns tempos para cá, tenho pensado muito sobre o lifelong learning.
Observo as pessoas do meu círculo social e percebo que há os dois extremos: as que desconfiam das próprias convicções e que estão sempre a fim de aprender, de saber como as coisas funcionam, como fazer e criando; as que só têm certezas e zero interesse pelo diferente, com muita preguiça e pouca paciência em entender um fato novo.
É preocupante saber que podemos deixar de usufruir do que nos foi ofertado de graça, como o pensamento, o pensar crítico, a imaginação, a habilidade de sonhar, a curiosidade. É com um certo alívio que olho, às vezes, para a minha mesa bagunçada, com livros de cerâmica misturados aos de design gráfico, enquanto abas e mais abas sobre comportamento canino aguardam na tela do computador para serem exploradas.
Quando adotei o Rogerinho pensei: se vou fazer isso, vou tentar fazer direito, e comecei a pesquisar sobre comportamento canino. Foi um mundo que se abriu e que me enriqueceu de muitas formas – além de ter me ajudado a ser uma tutora de cão um pouco melhor, ainda tendo o que melhorar.
Esse é um sentimento que tenho por quase tudo que resolvo fazer. Gosto de tentar fazer o melhor e, por isso, procuro saber, estudo, tento aprender profundamente sobre o assunto. É claro que não tem como ser especialista em tudo e em algumas atividades eu prefiro ser mais sensitiva do que técnica, como na fotografia, por exemplo. Eu só não gosto de ter a resposta “sei lá” como opção no universo de um assunto que me interessa muito.
E há tanto para aprender no sítio. Desde terraplanagem até a frutinha que eu achava que era venenosa e que na verdade rende geléias, dizem, saborosíssimas.
O livro Árvores e Arvoretas Exóticas no Brasil é um guia elaborado por Harri Lorenzi, nomeado o papa da botânica. A obra reúne as árvores que encontramos no Brasil mas que não são nativas. Algumas, inclusive, abundantemente, como a Julieta, que deixa 99% das calçadas brasileiras floridas, com seus cachos de pequenas flores rosadas (ou brancas) e botões ainda por abrir, que eu adorava apertar quando era criança.
Cada página traz uma árvore com seus nomes científico e popular, sua descrição, além de fotos de detalhes das folhas, flores e frutos, bem como da textura do tronco. Antes da apresentação dos exemplares, há um descritivo por objetivo como, por exemplo, quais árvores plantar em calçadas onde há fiação elétrica. Simplesmente incrível.
Ainda quero ter as obras sobre as árvores nativas e sobre plantas para jardim, do mesmo autor. Há muito o que aprender.
Basta querer.
Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.