Canela,  Por aí,  Rio Grande do Sul,  Serra Gaúcha

Baixo Canela na Serra Gaúcha

Sempre que possível, meu marido e eu viajamos para algum canto do Rio Grande do Sul a fim de conhecermos mais do nosso estado. A pandemia interrompeu os passeios mas o meu aniversário, neste julho que passou, foi a oportunidade para voltarmos a trilhar as estradas do nosso Sul querido.

Passeamos pela região do Baixo Canela, apelido que dei à região agrícola, entre os vales, rodeada de parques ecológicos, cachoeiras, vinícolas e uma queijaria premiada, entre outras atrações. Esse é o tipo de viagem que a gente tem prazer em fazer, próximo à natureza, conhecendo criadores, produtores, em ritmo desacelerado.

Dessa vez, estávamos acompanhados do Rogerinho, nosso cão querido, para quem tanto faz o lugar, desde que dê para farejar.

 

VINÍCOLA JOLIMONT

A entrada é gratuita e permitiram que levássemos o Rogerinho. Pudemos andar entre as videiras por um caminho demarcado, com placas explicativas sobre algumas curiosidades do processo de cultura da fruta. Foi um passeio bacana em uma paisagem muito bonita. O tour com degustação na parte interna da fábrica estava prestes a começar, dezenas e dezenas de pessoas aguardavam e custava de R$ 90 a R$ 95, que na verdade é a compra da taça que você leva para o tour. Nós ficamos satisfeitos com o o passeio ao ar livre, entre as videiras, junto do nosso cão.

Adorei os diferentes designs de bancos.

O ninho feito entre as videiras. Você também observa esses detalhes?

 

ESTÂNCIA DAS CUCAS

O pessoal foi gentil e deixou ficarmos com o Rogerinho no deque, que fica integrado ao verde do entorno, com vista para as montanhas. É muito agradável almoçar por ali. O restaurante serve rodízio de massas e carnes e pratos à la carte. Pedimos uma à la minuta e uma massa ao pesto.

O deque integrado à vegetação.

A massa ao molho pesto. E levamos uma cuca de maçã com canela que tinha acabado de sair do forno, bem na hora em que íamos voltar para a estrada.

 

CACHOEIRAS

Há muitas cachoeiras no Baixo Canela e fomos atrás de uma delas. Encontramos uma moradora que nos orientou a deixar o carro antes do caminho ficar ruim para a passagem de veículos e seguir pela estrada. Uma patrola tinha passado há poucos dias, então o caminho estava bem demarcado. As chuvas anteriores tinham criado barro, que estava praticamente seco. Só que em um determinado ponto, a marca de barro que a máquina deixou atingia a altura dos nossos joelhos. O barulho da queda d’água ficava cada vez mais forte, mas estava difícil de avançar. Resolvemos voltar.

Mais tarde, olhando o mapa de novo, descobrimos que estávamos há quilômetros da cascata que procurávamos, e que o barulho de queda d’água era de uma outra cachoeira, a Toca das Andorinhas.

O que acontece: os moradores estão acostumados com as cachoeiras no entorno de onde vivem, mas não necessariamente eles as conhecem pelos nomes que as pessoas marcam no Maps. Muitos, inclusive, nunca foram até elas. As pessoas nomeiam as cachoeiras e esses nomes não são passados à população, e não há nem sinalização das trilhas que levam a elas. Fica o alerta ; )

Depois dessa quase viagem ao além, paramos em uma vinícola que oferece degustação gratuita.

 

VINÍCOLA GRANJA DA TELHA

Tivemos uma experiência personalizada na Granja da Telha. Eu diria, até, exclusiva, porque estava bem tranquilo, havia apenas algumas pessoas tirando fotos entre as videiras e o enólogo San Martini, dono da vinícola, nos recebeu como se fôssemos visita na casa dele. Fizemos a degustação, gratuita, de vinhos de mesa a finos e, papo vai, papo vem, ele nos deu uma aula sobre a produção de vinho, desde o cultivo das uvas até detalhes da fermentação. Visitamos a fazendinha, onde criam vários animais. Eles também servem um piquenique para duas pessoas por R$ 150 e tábua de frios para duas pessoas por R$ 85, tudo com vista para a natureza linda do Baixo Canela. Levamos vinhos para casa e também o suco de uva, que se destaca por não ser muito doce. Experiência nota 10.

O filhote tinha apenas alguns dias de vida e a mãe tinha toda a razão naquela cara desconfiada.

Um dos espaços da fazenda da vinícola.

 

QUEIJARIA ALVORADA MISSIONEIRA

São produzidos 14 tipos de queijo, do sabor mais delicado ao mais acentuado, além de iogurte e doce de leite, tudo sem conservantes. Queijos premiados, inclusive, em Minas Gerais. Fomos muito bem recebidos por um profissional que nos explicou que estavam com poucos atendentes na fábrica, pois participavam da Festa Colonial de Canela, que acontecia na Praça João Corrêa – te liga, a festa acontece em julho e a queijaria serve tábuas de frios por lá. Pediram que fôssemos ou até a banca na festa, ou até a loja, na Avenida Don Luiz Guanella, 564, uma das vias de chegada a Canela, para quem vem de Gramado.

Chegamos na loja e fomos muito bem atendidos pela Maria Eduarda, a filha do dono, que conduziu a degustação, gratuita. Queijos maravilhosos. Nem preciso dizer que trouxemos muitos queijos para casa, além do incrível Santo Casamenteiro, da Cruzília, de Minas Gerais – eles também vendem outros produtos na loja, importados e itens de outras marcas. Também trouxemos o doce de leite que é do jeito que eu gosto: clarinho, cremoso e de sabor delicado.

A fábrica da Queijaria Alvorada Missioneira fica ao pé do espetacular Morro Queimado – que tem mais uns dois nomes no Maps. Em determinado ponto, ele apresenta um bico que lembra a proa de um navio. Por essa forma, dei a ele um quarto nome: Morro do Navio. Ah, a visita na fábrica, no Baixo Canela, acontece apenas em dias de semana. Nos finais de semana não há visitação.

Foi uma manhã e uma tarde maravilhosas que passamos conhecendo mais das paisagens e das pessoas do Baixo Canela. Planejamos continuar explorando no dia seguinte, que foi só chuva. Então continuaremos voltando pois há muito para ser descoberto por lá, logo depois daquele pinheiro gigante, dobrando na curva que abraça aquela pedra, seguindo toda vida depois do limoeiro carregado.

E nunca vi como estavam carregadas as frutíferas que encontramos pelo caminho.

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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