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É tempo de bergamota

Ver uma árvore carregada de frutos, sem ninguém para apanhá-los, é uma das coisas que me deixam inquieta. Mesmo que os pássaros e outros animais aproveitem, eles não dão conta da alta produção de alguns exemplares.

Tenho visto muitas árvores carregadas de frutos e boa parte dessa irretocável produção da natureza indo para o chão. Ou porque as pessoas não se importam, até conheço algumas que têm frutíferas no pátio mas que não comem frutas, ou porque simplesmente não dão conta mas, neste caso, colher e dividir com os vizinhos é uma baita de uma ideia, ou, ainda, porque algumas propriedades são abandonadas.

Tudo bem que elas completam um ciclo caindo no chão, adubando o solo e espalhando a semente, além de servirem de alimento para pequenos e micro seres. Mas de que adiantam o dulçor e a suculência se não para saborear? As vitaminas, a parte nutricional, das quais tanto necessitamos justamente no inverno? Já se deram conta disso? A natureza é tão perfeita que a bergamota não dá no verão porque é no inverno que precisamos de vitamina C, entre outras maravilhas fornecidas por ela.

Caminhando pelos arredores do sítio, passamos por várias bergamoteiras. Uma delas, das maiores que já vi. E doce. Mas aquele doce caipira, de bergamota que não sofreu as modificações para se adequar ao mercado para fornecer outras características. A bergamota caipira preserva, apesar do doce, aquele amarguinho suave.

Só amor por essa fruta.

 

E por esse cão. O Rogerinho queria nos acompanhar na caminhada mas estava cauteloso. O terreno era forrado de gravatá, aquela planta espinhosa, da família das bromélias. Mas ele foi forte e aos poucos avançou no terreno. De vez em quando dava pulos, parecia uma lebre, evitando se machucar. Querido.

 

A natureza trabalha com paleta de cor. A do outono é inconfundível e altamente apaixonante. Barba de pau, tão cênica.

 

Neste trecho, um alívio. Uma antiga trilha, sem espinhos, surge e Rogerinho consegue passar.

 

Os frutos da maior bergamoteira que já vi extrapolam os limites do cercado.

 

Não estávamos preparados para este encontro, então o chapéu serviu para carregarmos as frutas.

 

Doce por natureza. Quando compramos na feira ou no supermercado, é o mínimo que esperamos, já que pagamos pela fruta. Quando encontramos na natureza é como ganhar na loteria. E, se, ainda por cima, é doce, é melhor do que ganhar na loteria – nunca ganhei mas dá pra imaginar.

 

O colorido e a variedade das texturas.

 

Espinhos por todos os lados. Ele avançou tanto pelo terreno, de tão companheiro que ele é, que na volta eu fiz uma gentileza e carreguei no colo.

 

Um pouquinho de moleza para o amigo fiel.

 

Pausa para acompanhar o avião. Nunca canso de admirar as toneladas voadoras e de imaginar de onde veio, para onde vão e as centenas de histórias envolvidas naquela capsulazinha riscando o céu.

 

Depois, ele ainda acompanhou a limpeza de uma pedra, onde quero criar um braseiro. Numa próxima publicação, se tudo der certo, vou compartilhar o processo de criação do espaço.

Gosta de bergamota? Adora lagartear ao sol saboreando algumas – muitas? Bergamota une. Vamos nos unir aqui nos comentários ; )

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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