Pensa numa pessoa feliz! Logo nos primeiros dias de câmera de trilha instalada consegui registrar uma fêmea de cervo/veado circulando pelo sítio à noite. Pode ser a mesma que avistei num outro dia, ao acaso, graças ao meu chapéu que saiu voando com o vento – contei essa história numa outra publicação. Sensacional!
Vibrei muito com essa imagem, não somente pelo registro em si mas, também, pelo que ela significa: que os animais se sentem seguros em circular pelo sítio e que encontram recursos por lá.
E eu só pensava nesta grande fêmea durante a função toda com a câmera. Enquanto esperava o produto chegar, enquanto estudava como configurar e posicionar, enquanto ela estava na mata fazendo seus registros e eu há quilômetros de distância esperando os dias passarem para, enfim, descobrir o mundo selvagem que existe no sítio.
Por ser a primeira vez que instalei uma câmera de trilha na vida, até que acertei na escolha do local. Percebi que tinha que levar em consideração dois aspectos:
- Que o lugar fosse de passagem de animais. Andei pela mata até encontrar uma trilha que parecesse ter sido aberta por eles;
- Que tivesse poucos elementos soltos e suscetíveis ao vento, como galhos, folhas e arbustos. E ainda limpei o máximo que pude, retirando galhos que estavam soltos mas presos em cipós, que poderiam cair facilmente com a menor das brisas, retirei um ou outro mato alto brotando do solo pois também poderiam acionar a câmera.
Esses cuidados deram resultado porque, além de ter tráfego de animais na área, a câmera foi acionada quase que exclusivamente por eles. São poucos os registros que foram feitos e que não há animais.
Pelo que pesquisei, esta ave pode ser da família das saracuras. Tem as patas vermelhas e o bico amarelo.
Meu conhecimento sobre pássaros é próximo a zero. Eu sei o que é uma pomba, um tucano, um João de Barro e uma caturrita – e um flamingo porque, né, ave rosa. De resto, não sei nada. Então estou pesquisando conforme eles aparecem lá no sítio. E por lá avistamos desde o menor pássaro que já vimos até alguns gigantes, que provocam mini infartos na gente quando resolvem levantar voo.
A coloração e o layout até lembram uma pomba mas com certeza deve ser um pássaro menos visualizado.
Quem será esse, gente? Vou jogar para o universo essa dúvida. Tem a penugem abaixo do peito na cor da ferrugem. Já é uma pista.
Deixei por último esse registro com gosto de “quero ver mais”. Coloquei uma seta para onde devemos olhar. O animal está de lado, saindo pela direita e, ao que tudo indica, é um felino. O rabo está esticado na linha do horizonte e é mesclado com tons claros e escuros. A pata direita traseira está levantada e é possível perceber a pelagem mais clara que o animal deve ter por baixo e que termina no traseiro. Eu configurei a câmera para tirar três fotos seguidas. Então, passando rápido pelas três, fica bem nítido o movimento do animal.
De zero a cinco, o quanto estou animada com essas descobertas? Uns quinze vírgula sete.
Volto a qualquer momento com mais informações.
Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.
2 Comentários
Gustavo Scartezzini
Parabéns pelo blog e os registros do sítio!
Pela imagen, acredito que o felino seja um gato maracajá (leopardus wieddi), pelo formato da cauda.
Parabéns e aguardando novos registros!
Juciéli
Obrigada, Gustavo!
Tem grandes chances de neste registro ser um gato maracajá mesmo, pois, tempos depois, consegui registrar um bem de frente. É a última imagem desta postagem aqui: http://www.casabaunilha.com.br/site/2021/11/19/sobre-o-dia-que-se-configurou-como-um-dos-mais-tristes/
Obrigada pelo comentário. Um grande abraço!