Por aí,  Porto Alegre,  Rio Grande do Sul

As feiras de Porto Alegre e o desafio de encontrar orgânicos no interior

É curioso mas ainda temos mais oportunidade de comprar alimentos orgânicos em Porto Alegre do que no interior. Rompemos com a ideia de que nas cidades afastadas dos grandes centros, próximas a regiões de plantio, vamos encontrar alimentos orgânicos com mais facilidade e frequência.

A maioria das pessoas que plantam aqui na verdade cuidam de uma horta particular. Agora vou chutar, mas acredito que a proporção de pessoas cultivando alimentos para consumo próprio é maior no interior que na cidade grande. Já a oferta de feiras e locais onde podemos comprar produtos orgânicos é bem maior nos grandes centros.

Aqui temos 3 pessoas que plantam, de quem compramos às vezes, e apenas algumas verduras, claro. Também temos uma feira aos finais de semana onde as pessoas vendem o excedente que cresce em seus quintais, e que também não supre a variedade de que a gente precisa.

Por isso, continuamos frequentando as feiras de Porto Alegre enquanto ainda não conseguimos plantar a maioria dos nossos alimentos. Plantamos hortaliças em alguns vasos no quintal da casa alugada, mesmo sabendo que plantar em vasos não é o ideal. Mas vamos levando conforme as possibilidades, até que a gente consiga se estabelecer, sem contar o que ainda vamos plantar no sítio.

Aos sábados, vamos à feira que acontece na praça da Redenção. Além das hortaliças, levamos arroz integral. O basmati é o queridinho e também levamos outras variedades. Eu simplesmente amo o aroma do arroz basmati perfumando a minha casa quando estou cozinhando. É incrível. Também compramos noz-pecã. O gosto da noz-pecã orgânica ainda na casca, fresca, não tem igual. Também aproveito para levar buquês de flores, sobretudo quando vou ao cemitério. Os buquês vendidos nas feiras não vêm embalados naquele monte de plástico como os das floriculturas. É mais resíduo gerado e o cemitério fica virado em plástico depois que venta. E quanto mais natural o arranjo de flores, amarrado com tiras das próprias folhas, mais bonito fica.

Os girassóis colorem a Avenida José Bonifácio.

Adoro as fotos da colheita decorando a barraca.

A feira de sábado da Praça da Redenção é chamada de Feira Ecológica. Gente, preciso contar uma coisa. Nesta foto saiu um cara bem de frente. Coloquei os girassóis para disfarçar e para preservar a imagem do amigo ; )

Levei este buquê da foto. O que mais me encanta são as combinações que os agricultores fazem. Nunca tinha pensado na flor de defunto junto da carqueja e do suspiro. Na verdade eu nunca vi flor de defunto com hastes compridas o suficiente para comporem um buquê. Também levei as amarelas para a minha mãe. As pedras da antiga calçada são o charme do caminho.

Enquanto escolhia os buquês, Edemir se aproximou. “– Deixa eu te explicar”. Se tem uma coisa que eu considero um presente é quando alguém que planta quer me ensinar de graça. Ele mostrou quais as flores que ele já tinha crescendo na propriedade, e quais surgiram depois, graças à polinização das abelhas. Novas formas, novas cores, só elas conseguem. Por isso eu as considero demais, as abelhas são incríveis. Edemir apontava quais variedades de flores nasceram de quais cruzamentos.

Já viu um emaranhado mais lindo?

Aproveito a ida até a Redenção para passar em uma floricultura que tem ao lado do Parquinho da Redenção. Ali tem apoios de ferro para vasos de planta e, aos poucos, vou levando para organizar meu jardim. Minhas folhagens crescem em galões de água reaproveitados, apoiados no chão. Por isso, a cada mês escolho um vaso de barro bonito e um apoio desses para elevar as plantas, pois muitas já estão com as folhas encostando o chão. Algumas permanecerão nos vasos de plástico pois quero que sejam plantadas no chão, criando maciços e arbustos ao longo do jardim da casa do futuro.

Também aos sábados, passamos na feira do Menino Deus que acontece na Avenida Getúlio Vargas, número 1384, no pátio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Uma senhora Ficus Elastica, também conhecida como seringueira e seringueira-de-jardim, recepciona quem chega. Pode atingir 30 metros de altura e é nativa da Ásia Tropical. Além da sua folha característica, resistente e brilhosa, um aspecto também marcante é o tronco volumoso, cheio de reentrâncias e com raízes aéreas pendentes. Parece uma cortina de galhos. Ela é rústica, de rápido crescimento, bastante usada em parques para fornecer sombra e não gosta de frio. Que interessante isso, porque Porto Alegre é cheia delas.

A feira é coberta e tem estacionamento gratuito.

Tem um waffer de cebola feito com farinha de arroz e óleo de coco que é uma delícia. A gente termina com o pacote durante a volta para casa. Ou seja, temos que comprar 2 para ter o petisco para acompanhar o chimarrão. Também costumamos comprar erva-mate, arroz, feijão, ovos, entre outros itens.

Bule de ágata azul-bebê e margaridas, suspiros, dálias, entre outras.

E assim seguimos atrás de alimentos saudáveis, aqueles que nutrem a gente verdadeiramente. Alguns já temos na nossa horta, outros conseguimos com conhecidos que plantam e diversificamos com as feiras de Porto Alegre.

E agora quero saber: você consegue alimentos orgânicos na sua região? Tem vontade de plantar ou já cuida de uma horta? Comenta aqui ; )

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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