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16 motivos para você conhecer Morro Reuter | RS

 

Eu já comentei algumas vezes que adoro sair sem rumo pela serra gaúcha, entrar em cidades em que eu nunca fui e conferir o que elas reservam. Foi assim com Morro Reuter e, desde então, é uma das cidades da serra gaúcha pelas quais eu tenho o maior carinho. Embora uma cidade relativamente pequena, ela foi se revelando aos poucos. A cada visita eu descobria um lugar, uma celebração e até melhorias na cidade. Porque se tem algo que admiro em Morro Reuter é o senso de comunidade que existe nos seus habitantes, preocupados com espaços limpos, agradáveis e bonitos. Morro Reuter é bonita. Então, esta é a minha seleção de 16 motivos (e contando) para você passear por ela também.

 

1. L A V A N D A

Alguns produtores experimentaram plantar a lavanda e ela respondeu muito bem ao clima e ao solo, se tornando uma alternativa de cultivo. Logo, a cor lilás tomou conta da cidade. Em todo o canto, desde o pórtico até as calçadas, há um canteiro de lavandas. Em 2017 eu conversei com o pessoal do turismo que contou que o campo de lavanda que muitas pessoas procuravam, na verdade, era uma plantação privada, que lá pelas tantas tinha de ser colhida. Então, como as pessoas manifestaram interesse, o município iria providenciar uma plantação exclusiva para visitação, que talvez ficasse disponível em 2018. Mas não fiquei sabendo de nada durante o ano passado. Estou no aguardo. Por enquanto, os visitantes podem admirar a lavanda no pequeno terreno que fica logo atrás do pórtico, à direita, quando entramos na cidade. Quando florido, rende boas fotos.

Não há como não visualizar a entrada da cidade na BR 116. O pórtico é pintado com a cor luminosa da flor.

 

2. F E I R A  D O  P R O D U T O R  R U R A L

Quem me dera ter uma feira assim pertinho de mim duas vezes na semana. Toda quarta e sábado os produtores da cidade vendem seus produtos, alguns orgânicos, nesta feira que, no sábado, começa às sete da manhã e lá pelas 10h a rosca de polvilho em forma de baguete já nem existe mais. É preciso chegar cedo. Há verduras, chimias, ovos, produtos feitos com lavanda, lanches, aipim descascado, cucas, linguiça, mel, sucos e até porongos que podem ser usados como casa de passarinho. Na quarta-feira, das 14h às 18h30 e no sábado, das 7h às 11h30. Rua Anita Garibaldi, 250.

Este espinafre é da banca da Helga, que mora na comunidade Walachay, onde produz orgânicos. A primeira à esquerda de quem entra na feira. Eu gosto de comprar repolho, alface e espinafre com ela, cujo valor sai, em média, 1 real cada verdura.

 

3. O B E L I S C O  D E  L I V R O S

“Morro Reuter, lugar de leitores, ergue este monumento como reverência e gratidão aos livros que se elevam em busca de paz, liberdade e descobertas” é o que diz o monumento da cidade em forma de pilha de livros, símbolo da preocupação da comunidade com o desenvolvimento e a educação. Ele fica em um canteiro na BR 116, pouco depois do pórtico de entrada, em uma área verde com sombras e bancos, um bom lugar para tomar um chima.

Os ciclistas adoram as sombras.

 

4. C A F É  D A  C O L Ô N I A

Em 2018 teve a segunda edição do Café da Colônia de Morro Reuter e eu, felizmente, consegui presenciar isso. Aconteceu no final de junho e a estrela da festa foi meu café da manhã e almoço. Uma delícia que só.

Recebemos uma cesta – adorei o tecido xadrez vermelho –  com cucas, pães, rosca de polvilho, bolos, biscoito, salgados, frios e uma fatia de torta da sua escolha – tinha umas 3 opções, que eu me lembre -, peguei a de nozes com leite condensado. Na mesa, opções como geleias, mel e nata. As bebidas, servidas à vontade, eram chá, café preto e café com leite e, ainda por cima, vêm na mesa, você não precisa se levantar. Café saboreado tranquilamente ao som de músicas típicas alemãs tocadas ao vivo. Tudo isso pelo valor de R$19,00.

A beleza do Café da Colônia está nos detalhes e nas delícias sobre a mesa.

Os festejos se estendem para além do café. Neste ano tinha até produção para tirar aquelas fotos antigas. Olha as roupinhas ali. Dica: prenda o seu cabelo naquele estilo “madame” para imprimir mais época. O visual chapinha ainda não tinha sido inventado. Tinha também expositores de produtos coloniais, artesanato decorativo, cervejas artesanais e produtos à base de lavanda. E mais: praça de alimentação, brinquedos infláveis, jogos germânicos, concurso de cucas, rústica e rústica para crianças, passeio de trator, apresentações de bandas, teatro e dança. Praça Municipal José Paulo Sabá Meyer – pra quem entra na cidade pelo pórtico, é só seguir em frente.

 

5. R O S C A  C O M  G O I A B A D A

Além de comprar as roscas da Feira do Produtor Rural, eu gosto de passar no supermercado SuperPiá e pegar esta rosca de polvilho de formato diferente e com goiabada no centro. Comer sob a sombra de uma das árvores da Praça Central, curtindo a calmaria da cidade e tomando chimarrão, é um programa excelente para se fazer por lá.

 

6. A T E L I Ê  E  G A L E R I A  F L Á V I O  S C H O L L E S

O Flávio Scholles é um artista gaúcho incrível que sempre retratou a saga dos imigrantes, o cotidiano, as paisagens do Rio Grande do Sul e questionamentos da vida moderna. Nesta galeria-ateliê, no alto de um morro, de onde podemos avistar até Porto Alegre, há 2 mil obras, sendo que mais de 8 mil de seus quadros estão colorindo paredes mundo afora. Clique aqui para ler o post que escrevi sobre o atelier. Endereço: Rodovia VRS-873, km 07, 98.

Seu quadro Cristo de Mãos Vazias já esteve em uma lista das obras cristãs mais expressivas.

 

7. A T E L I Ê  E  G A L E R I A  A N E L I S E  B R E D O W

A Anelise Bredow é uma ceramista que cria peças de formas únicas. Eu particularmente adoro estas que servem de moradia para cactos e suculentas. Vale a pena conhecer o espaço dela, que fica à beira da BR 116 ou, como ela mesma diz, de portas abertas para o mundo. Clique aqui para conferir o post que fiz sobre o ateliê e aqui para acessar o site delaEndereço: BR 116, km 217, número 851.

 

8. P A R Q U E   D E   M O S A I C O S  C L A U D I A  S P E R B

Extensa área verde que promove aquele contato real com a natureza, onde podemos ver macacos livres pulando entre os galhos e, ainda, apreciar a arte do mosaico da artista Claudia Sperb. Vale muito a pena a visita, as crianças adoram e a vista, lá do alto, é incrível. Clique aqui para conferir o post que fiz sobre o parque e aqui para mais informações, pois parece que dá até para se hospedar lá. Endereço: Rodovia VRS-873, km 02. A mesma rodovia da galeria do Flávio Scholles.

Mirante de onde é possível avistar Morro Reuter e, também, a cidade que aparece ao fundo, Dois Irmãos.

 

9. A N T I Q U Á R I O S

Morro Reuter tem alguns antiquários pelos seus caminhos. Eu costumo parar no Alles, que fica na Rodovia VRS-873, para conferir o que eu poderia agregar no meu décor. Eu também fiz uma postagem sobre ele, clique aqui para ler.

Que tal vidrinhos de vários tipos na decoração do seu casamento? É só encher de flor e está pronto.

 

10. P R A Ç A  C E N T R A L

A Praça Municipal José Paulo Sabá Meyer dá inveja para qualquer cidadão brasileiro, que não more em Morro Reuter, claro. Um capricho só. Tem chafariz, árvores com sombra na medida, canteiros de flores, incluindo a lavanda, pracinha para crianças e até uma peça da ceramista Anelise Bredow. O que não tem é lixo pelo chão. Para quem entra na cidade pelo pórtico, é só seguir em frente que chegará na praça. De frente para ela, temos o Casarão das Artesãs e o Restaurante e Choperia Don Inácio com um buffet muito bom a R$17 reais durante a semana. Nos fins de semana fica R$25.

Até mesmo as flores que não são lavanda possuem a sua cor.

Adoro tomar chimarrão nos bancos ao redor das mesinhas sob as árvores.

 

11. C A S A R Ã O  D A S  A R T E S Ã S

O Casarão das Artesãs reúne o trabalho de várias artesãs locais, incluindo produtos feitos à base de lavanda. Ele fica realmente num casarão, construído na época de 1800, desde então com vocação para o comércio. Arquitetura histórica com vista para a Praça Central.

 

12. C A M I N H O  D E  P L Á T A N O S

Pouco antes de Morro Reuter e, também, pouco depois, na BR 116, há verdadeiros túneis verdes como este formados pelos plátanos, árvores que têm como característica aquela folha ícone do outono. Isso mesmo, imagina essa paisagem toda alaranjada. Ou verde assim. Amarela também é linda. Seja lá que época do ano for, vale a pena desacelerar para curtir esse caminho.

 

13. A R M A Z É M  K L A U C K

No mapa, um pouco mais acima de Morro Reuter fica esta construção de 1920, cheia de detalhes arquitetônicos da época e muita madeira de lei. Ou seja, não poderia ser diferente, escrevi um post sobre ela aqui na Casa, clique aqui para conferir. Ela ainda continua com o comércio de produtos variados e é um ponto icônico da beira da estrada da serra gaúcha. Quem nunca, ao fazer aquela curva, avistou as janelas em azul claro e pensou: “preciso conhecer este lugar”?

 

14. A R Q U I T E T U R A  H I S T Ó R I C A

Assim como o Casarão das Artesãs, há muitas outras construções antigas, tanto residenciais quanto comerciais, cuidadas com capricho por gente disposta a te mostrar. Como a casa da Liliane, uma senhora muito querida, que deixou eu fotografar a casa e o jardim maravilhoso dela, que já foi até cenário de filme. Clique aqui para ver o post que fiz sobre esta construção de 1917.

 

15. T R A N Q U I L I D A D E

Morro Reuter tem aquilo que eu procuro quando chega o fim de semana: tranquilidade. A cidade é muito pacata, perfeita para abrirmos as cadeiras de praia, ou sentar em qualquer banco disponível em suas praças, e tomar chimarrão enquanto conversamos. É o lugar certo para colocar as ideias em ordem, pelo menos para mim que moro em meio ao caos da capital.

A cidade é tão tranquila que o padre brinca de esconde-esconde com as crianças. Foi muito legal ver esta clássica brincadeira ainda viva e divertindo as crianças.

Outra prova do pacifismo da cidade e da sua gente. O Sérgio foi quem eu encontrei cuidando do jardim da casa da Liliane. Sabendo do meu gosto por construções antigas, ele fez questão que eu fosse conhecer o casarão que pertenceu a sua família e que agora ele alugava para os artesãos – sim, o mesmo Casarão das Artesãs. Chegando lá, encontrei a garagem da casa dele aberta e o gato descansando sobre o pelego. Prova maior da confiança no ser humano e da paz que circula pelas ruas.

 

16. E X E M P L O  D E  C O M U N I D A D E

Como mencionei no começo deste post, o que me deixa mais feliz em Morro Reuter é perceber, nos pequenos detalhes, o senso de coabitar que os moradores têm. Eles tomam para si a responsabilidade sobre a comunidade e literalmente colocam a mão na massa para realizar melhoramentos pelo município. Eles entendem que o fazer pela cidade significa fazer para eles mesmos. E eu posso dizer isso porque frequento o município há algum tempo e então consigo perceber os avanços – o que não vejo em outras pequenas cidades em que morei. Por exemplo: as lixeiras da cidade são customizadas com a arte do mosaico, feitas pelas mãos dos próprios moradores voluntários. Não faz muito, fixaram esta placa na Praça Central com palavras bonitas de positividade e incentivo. E há pouco estavam pintando a igreja. Daí vocês podem achar que tudo isso é apenas embelezamento. Sim, é. Mas quem lembra da teoria das janelas quebradas? Eu vejo o quanto ela funciona em Morro Reuter. Não vemos lixo pelas ruas nem nada que possa desencadear atitudes de vandalismo. Um visual que transmite cuidado e ordem acaba inspirando mais cuidado. Um ambiente limpo vai constranger a primeira pessoa que pensar em jogar qualquer papelzinho no chão. Um processo que deveria e poderia ser aplicado em todas as cidades.

Não é porque ela reúne o lixo que precisa ser esteticamente feia, não é mesmo? As lixeiras de Morro Reuter são bonitas assim, revestidas com a arte do mosaico, feita pelos próprios moradores.

 

Para saber mais sobre Morro Reuter, como outros pontos de visitação, atividades e restaurantes, clique aqui e confira o site da prefeitura.

 

Fotos e texto: Juciéli Botton para Casa Baunilha

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