• Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Eu e o meu pântano, meu pântano e eu

    Sou como o personagem do meu desenho computadorizado favorito, o Shrek: só quero saber de ficar sossegada no meu pântano. Sou encantada pelo sul da ilha de Florianópolis: praias tranquilas, algumas de difícil acesso e, por isso, de natureza intocada, comunidades de pescadores artesanais, trilhas, comida fresca, paisagens bucólicas, estilo de vida inspirador. E nesse pedaço de paraíso o meu canto é o Pântano do Sul. É onde jogo minha âncora nas férias e que, ao mesmo tempo, proporciona experiências incríveis em vários pontos da região.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    O Salão de Festa das Bruxas de Itaguaçu em Florianópolis, SC

    É verão e começo a lembrar de lugares singulares que vi pelas minhas andanças por águas salgadas. Como o Salão de Festa das Bruxas, que fica em Itaguaçu, na parte continental de Florianópolis, Santa Catarina. Conhecida como Ilha da Magia, Floripa é envolta em lendas até mesmo fora da própria ilha, o que não poderia ser diferente com este lugar em que pedras enormes e trabalhosamente esculpidas pela ação das intempéries ficam dispostas como se estivessem em reunião, esperando por algo que estaria para acontecer.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    O Barroco da Igreja de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis

    Visitar igrejas, para mim, significa entender e conhecer sobre a origem e a história de um lugar. Estética e historicamente muito interessantes, sempre dou um jeito de incluir esses espaços nos meus roteiros de viagem, sejam catedrais majestosas ou capelas simplesmente belas. E eu adoro decoração e arquitetura, então intrinsecamente há um desejo de conhecer lugares assim. Faz tempo que prometo postagens especiais com detalhes das igrejas que visitei por aí, então agora é a hora de começar a cumprir.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Ribeirão da Ilha | Floripa

    A placa da praça diz “Antônio Antunes da Cruz tinha razão. Não há coisa mais linda que seu Ribeirão”. E eu também fiquei encantada com a região – pra manter a rima, claro. Ribeirão da Ilha foi mais um lugar histórico que eu quis conhecer em Florianópolis no ano de 2018, mais precisamente em maio. Gosto de conhecer os lugares em baixas temporadas. E bota baixa, parecia que não tinha mais ninguém por lá. O que eu adoro. Mas não é por mal, não, gente. É que ver pessoas jogando lixo no chão acaba com o meu dia. Fotografar as casas antigas com um caminhonetão estacionado em frente me deixa de mau humor. O pessoal que fica duas horas fotografando em frente a um monumento até o último fio de cabelo sair alinhado na foto, sem considerar que tem mais gente nesse mundo, também pode acabar com o clima de férias. Então, chegar em Ribeirão da Ilha e reparar que só tinha nós por ali foi uma sensação das boas. Como fica de frente para a baía sul, as ondas são pequenas e calmas. Oferecem aquele barulho de água quase como o das fontes que muita gente tem em casa para criar um clima de relaxamento e paz. Imagina um carro estacionado bem ali com o som alto, estourando as caixas? Se você também desmaiaria só de pensar em não poder ouvir o som do relaxamento e da paz, minha dica é: vá em maio.

     

    Além da tranquilidade, Ribeirão da Ilha tem não somente a beleza natural mas, também, aquela construída, que enche os olhos, pelo menos de gente como eu, que gosta de admirar as construções antigas, os detalhes da arquitetura açoriana e histórica. Dizem que foi em Ribeirão que os primeiros portugueses que chegaram à ilha de Floripa desembarcaram, em 1506. Um lugar com muita história pra contar, além da produção das melhores ostras – dizem os especialistas.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Santo Antônio de Lisboa | Floripa

    Dá pra acreditar que a história desse lugar começou em 1698? Se não, antes. Eu quero resgatar e registrar aqui na Casa Baunilha alguns lugares praianos que visitei em maio de 2018 em Florianópolis, já que é tempo de caloria, como diria minha vó, ou, pra quem não entendeu, é tempo de verão. Embora eu recomende muito visitar esses lugares em baixa temporada. Quer dizer, isso é muito relativo. Tem gente que gosta de agito, de gente. Muita gente. Eu adoro olhar para as estreitas e pacatas ruas de Santo Antônio de Lisboa e ver isso: ninguém. Adoro a paz, a tranquilidade, o barulho suave das pequenas ondas de baía que chegam na beira da praia.

     

    Acredito que não é novidade, pra muita gente, que as praias de Floripa são muito bonitas. Mas depois que as conhecemos, assim como qualquer outra beira de praia, não há mais o que decifrar por ali. Digo, turisticamente falando. Temos água à frente, cidade atrás, às vezes morros nas laterais. A configuração da beira mar se resolve em poucos instantes no seu entendimento consciente. Por isso eu fazia questão de conhecer e gastar meu tempo muito mais em lugares como Santo Antônio de Lisboa – e também Ribeirão da Ilha –, históricos e ricos em arquitetura e arte, do que nas praias mais populares.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Pôr do sol no Forte de São José | Floripa

     

    Este pôr do sol foi uma surpresa, o que soa até engraçado porque ele acontece todos os dias, quando há sol. Mas neste dia (de maio de 2018) já tínhamos ido a Santo Antônio de Lisboa, à praia Daniela e também nas duas Jurerês. Não achei que ainda daria tempo de conhecer a Fortaleza de São José da Ponta Grossa e acabou dando certo, bem no horário do sol se pôr. E que presente! Lugar bom para ver pôr do sol é o que tem de sobra em Florianópolis. Inclusive, Santo Antônio de Lisboa integra a chamada Rota do Pôr do Sol, no noroeste da ilha. Mas se eu pudesse indicar um lugar bem especial para assistir ao espetáculo da natureza, a Fortaleza de São José da Ponta Grossa é mais do que adequada. Além de ser um lugar diferenciado por oferecer um atrativo histórico, fica em um terreno elevado, o que nos proporciona uma vista incrível da Baía Norte da ilha.

     

    A Fortaleza data do ano distante de 1740. Foi projetada pelo engenheiro militar Brigadeiro José da Silva, respeitando as irregularidades da topografia do local. É Patrimônio Histórico Nacional.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    A Figueira de 150 anos de Floripa

     

    Quando soube que na Praça XV de Novembro, no centro de Florianópolis, morava uma figueira muito, mas muito antiga, óbvio que fui visitá-la na minha passagem pela ilha em maio do ano passado. Agora que estamos no auge do verão, quero retomar alguns lugares praianos especiais que visitei por último e que merecem um destaque, uma lembrança e, quem sabe, uma indicação para você também conhecer e aproveitar.

    Ao pé da figueira, uma placa de agosto de 1976 diz assim: Muito tem sido decantada, em prosa e verso, a nossa tradicional figueira da praça “15 de novembro”, este majestoso pálio verdejante, cuja exuberante copa lhe dá cada vez mais graça e beleza, tornando-a sempre altaneira e esplêndida! Foi numa manhã de verão, cheia de sol e vida, do mês de fevereiro do ano de 1891, que a jovem figueira, contando, talvez, seus vinte anos, foi retirada do Jardim da Matriz, e aqui carinhosamente replantada.

    Ora, fazendo as contas, acrescentando os 20 anos à data do replantio, ela tem, hoje, 148 anos. Quase 150!

     

    Não é das árvores mais incríveis que podem existir? Olha toda essa longitude!

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Um post sobre segurança ou, pelo menos, sobre a “sensação de”

     

    Faz alguns posts que venho compartilhando por onde andei em Florianópolis em maio deste ano. Foi uma viagem que eu costumo chamar de viagem de reconhecimento de território. E como em qualquer viagem, há sempre aquele momento que nos leva para além das belas paisagens e outras concretudes da cidade. O momento do choque de realidades.

    Quando meu marido e eu viajamos a gente sempre programa um dia, ou pelo menos um período, para fazermos uma caminhada em uma região específica, que seria o que nós faríamos na nossa cidade, sem nos preocuparmos com lugares para ver e conhecer, nada disso. Só para sentirmos como é estar ali, como seria pertencer àquele lugar. Uma coisa de feeling mesmo. Então, em Floripa, depois de conhecermos, no lado continental, a Praça de Coqueiros, o Salão de Festa das Bruxas de Itaguaçu e a Via Gastronômica de Coqueiros, estacionamos o carro pouco depois de passarmos por baixo da Ponte Hercílio Luz, ainda em restauro, e seguimos caminhando pela Av. Beira-Mar Continental. A minha intenção nem era ficar registrando, mas o desenrolar da coisa me surpreendeu tanto que não resisti.

    A sensação de segurança era muito forte. Na medida em que avançávamos, escurecia ainda mais – era fim de tarde e, ainda por cima, estava nublado – e mais gente surgia para caminhar e fazer atividade física. Famílias, casais, crianças, meninas andando de patins e sozinhas, pessoas com seus cachorros. Para mim, que vivo em Porto Alegre, onde todo mundo entra em cárcere privado depois das sete horas da noite, o que se mostrava diante dos meus olhos era algo inacreditável. Sobretudo porque no início fiquei um pouco receosa. Aquela área, por incrível que pareça, não tem muitos bares e restaurantes, ou outros estabelecimentos que pudessem estar abertos, que é o que a gente acha que vai encontrar quando se está numa orla, ainda mais em Florianópolis. Se trata de uma área mais residencial e já estava tudo fechado naquele horário, que flertava com as sete horas da noite.

    Ao final da pista para caminhada, há aquelas ilhas para exercício, as academias ao ar livre, junto a um parquinho onde muitas crianças aproveitavam. Era domingo e, quanto mais

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Arante Bar e Restaurante | Floripa

    Lembro como se fosse hoje o professor de Literatura sendo bem assertivo: “Se no vestibular tiver uma questão perguntando qual é o personagem principal de O Cortiço, lembrem: é o cortiço!”. Eu poderia errar qualquer outra questão, menos essa. Porque era algo fora do comum o personagem de uma história, figura sempre associada a uma pessoa, ser um espaço, onde circulam tantas outras.

    Pois bem, o Arante é uma pessoa. O Arante é o personagem principal. Tem alma. Tem espírito. Tem família. Tem filhos. Tem legado. Tem um abraço quentinho depois de um dia chuvoso e frio. Tem empatia. Lê poesia de frente para o mar. Ouve a todos. Ombro amigo.

    Fui atrás da decoração com os milhares de bilhetinhos e acabei encontrando, acredito que como muitos, esse amigo. Eu tive sorte, acho, em conhecê-lo no dia em que tomei o banho de chuva da minha vida, pois se mostrou muito acolhedor.

     

     

     

    O Arante é aquele cara cuja vida “é um livro aberto”. Cada amigo que passa pela sua vida deixa uma história, que ele compartilha com todos. São pequenas tatuagens no corpo de um senhor muito jovem. Os garçons trazem uma pequena cesta com caneta, papel e fita para que possamos registrar nossa passagem. Quem quiser, claro.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Praia Daniela sob o sol | Floripa

    Este é o post solar sobre a praia Daniela, que fica em Florianópolis, Santa Catarina. Se você não viu o post “sob a sombra”, clique aqui para conferir. O dia estava nublado enquanto eu percorria aquele pedaço da praia que vemos lá adiante nesta foto, depois da guarita do salva-vidas. Chegando nesta outra ponta, o sol já começava a dar as caras. Mas só eu, o meu marido, aquele cara e o cachorro dele vimos.

     

     

     

    Eu particularmente adoro praias que compõem a vista com montanhas. E acho que o clima fica completamente diferente das praias com água até o horizonte sem fim, mas não que isso seja melhor. As praias com água até o horizonte sem fim são muito mais interrogativas. É tudo sobre a sua vida. O que você fez, o que não devia ter feito. Cada onda vem de muito longe trazendo uma verdade. A nós, cabe nos mantermos ocupados, tirando areia do picolé das crianças para não percebermos.

    Já a praia que nos oferece uma montanha bem em frente nos lembra sempre do momento presente. Ela nos lembra a todo instante de que estamos ali. Teu olho percorre as águas, chega na montanha e ela te devolve: “me diga você”.