• Pela web,  Vida e Carreira

    Série documental sobre as fazendas históricas do Brasil

    Há séculos, o Brasil se tornava a quinta economia do mundo graças à produção de café, um mercado sustentado pelo trabalho, sobretudo escravo, realizado nas grandes fazendas assentadas sobre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Sesmarias, dotes de casamentos ou herança de trisavós, essas fazendas têm muito a nos contar sobre a história do Brasil.

    E contaram para a série documental Fazendas Históricas, disponível na Amazon Prime, que visitou os conjuntos de casarões do final do século XVIII e início do XIX, contando a história da fase da Belle Époque em cada detalhe, da arquitetura aos costumes, das salas de tortura à decoração inspirada nos palacetes europeus.

  • Pela web,  Vida e Carreira

    Treinando o listening com comediantes

    Eu podia estar mateando (tomando chimarrão), eu podia estar andando no parque (andando no parque), mas estou aperfeiçoando meu Inglês. Já que o passeio de domingo para conversar e tomar meu mate ao ar livre foi temporariamente cancelado devido ao isolamento social, pensei: a hora é agora, vou aperfeiçoar meu listening. Vou partir com tudo pra cima e não vai sobrar nada. As pessoas vão ter que vir pedir pra mim traduzir coisas. A premiação do Oscar, simultâneo, essas coisas.

    Brincadeiras à parte (mas fica meu contato lá no final), aproveito o tempo do isolamento social para estudar Inglês – além de outras atividades, claro. E sem gastar um tostão, uma vez que aulas de Inglês gratuitas é o que há no mundo dos vídeos online.

  • Pela web,  Vida e Carreira

    Como não tocar o rosto, a história das epidemias, como evitar a depressão no isolamento e sobre os mercados de animais silvestres na China

     

    Eu tento, de todas as formas, manter a saúde mental para conseguir atravessar essa fase, cujo tempo de duração não temos a menor ideia. E para mim, manter a saúde mental também passa pela forma como eu busco e me exponho às informações. Chega uma hora na nossa vida em que temos que mostrar para os apps e para veículos de comunicação, e até mesmo às pessoas que nos arrastam para o buraco, quem é que manda na nossa vida.

  • Crônicas,  Vida e Carreira

    O processo que inventei para lidar com a minha ansiedade

    Adoro a frase do Jordan B. Peterson: a vida não tem o problema. Você tem. Tira um peso das minhas costas. Porque se o problema fosse da vida, nada poderia fazer. Porém, como ele é meu, então posso fazer algo a respeito. Ou seja, está em nós a origem de nossa “questã” e, por isso, habita em nós mesmos a resolução. Eu não estou dizendo, de forma alguma, que não devemos procurar ajuda. Escrevo sobre isso porque é incrível a habilidade que o ser humano tem de criar os próprios caminhos para lidar melhor com determinadas situações.

    Não chego a encher uma mão, mas já tive alguns episódios de ansiedade. Quando centenas de ideias passam pela minha cabeça, praticamente na velocidade da luz, e o coração acelera e vou contraindo os músculos dos meus ombros, como se abraçassem meu pescoço, percebo que a ansiedade chegou, aquela visita indesejada, e que é hora de botá-la pra correr. É hora de agir, de forma imediata e pontualmente.

  • Crônicas,  Vida e Carreira

    Por que temos que nos preocupar com o futuro?

    Assistir a um filme foi a sugestão do meu marido. Escolheu um espanhol, na Netflix. Parecia promissor. Mas não demorou muito para eu me distrair com a barba dele e a busca por pequenos cravinhos na pele. Atitudes que filmes-pouca-coisa despertam em mim. Limpeza de pele finalizada, me esforcei para concluir a sessão.

    A sensação que eu tinha era de assistir a uma daquelas comédias para a família brasileira que juntam uma porção de atores-celebridade em uma tremenda confusão. Nada contra, uma vez que esse tipo de filme é totalmente eficaz para manter os membros do clã unidos em torno de um balde de pipoca – unidos por causa da pipoca – com a boca ocupada sem poder proferir frases desencadeadoras de crises. Toda família tem as suas frases, não vem que não tem.

  • Crônicas,  Vida e Carreira

    Reflexões a partir da exposição Digo de onde venho, de Mariza Carpes, no MARGS

    Sou diretora de arte publicitária, trabalho com design gráfico e também faço cerâmica. Para mim, a questão visual pesa muito, seja de um cachorro-quente ou de um filme. Pois o primeiro impacto que tive quando adentrei a exposição Digo de onde venho, de Mariza Carpes, foi o quão bonito e coerente estava o espaço, ou melhor, os espaços, pois a obra ocupa duas salas do MARGS. As cores escolhidas são muito agradáveis e sóbrias, a iluminação aconchegante e as centenas de itens eram organizadas magistralmente. Adoro exposições de arte que me fazem querer ficar por ali um bom tempo ou, ainda, perder a noção do tempo.

    Perceber a estética visual ao redor aconteceu em um milésimo de segundo, seguido de um outro milésimo de segundo de “olha todos esses objetos, parece a minha casa!”.

    Nesse momento, queria muito abraçar Mariza, dizer a ela “obrigada, você me entende”. E para você entender porque senti isso, precisamos entender a exposição de Mariza.

  • Crônicas,  Vida e Carreira

    Eu só queria um ventilador retrô

    Finalmente compramos um ar condicionado. Planejávamos como encobrir os fios e a tubulação enquanto deitados, no escuro, com dificuldade para pegar no sono. Concluímos que numa noite como aquela, de temperatura amena, não ligaríamos o aparelho novo, ficando somente com o ventilador ligado, como estávamos naquela madrugada.

    Disse que, se fosse ter um uso moderado, então compraria um ventilador daqueles de estilo retrô. O que me fez lembrar da diferença entre retrô e vintage, que o retrô são peças feitas hoje que queriam ser como as do passado, e que o vintage são as próprias peças do passado. O que me fez lembrar da época dos anos 1980 e 1990, que me são muito especiais e que, na minha cabeça, estão há poucos anos de distância, até me dar conta que houve todo o ano 2000 e que o 2010 também já se esfarelou.

    O que me fez pensar que um dia será 2080. E que pessoas nascidas em 2085 crescerão, e que quando atingirem uns 30 anos, lembrarão das brincadeiras da infância e das roupas escalafobéticas que usavam e que o mais bizarro, inclusive, era que estas mesmas roupas tinham voltado à moda. Então a pessoa começaria o papo assim: lembra daquele brinquedo dos anos 80?, ao que seu interlocutor jamais responderia: que anos 80? os dos 1980 ou os dos 2080? Ele automaticamente saberia que estavam falando dos anos 2080.

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    Você é a sua melhor versão quando viaja?

    Li esta frase em um texto da Gaía Passarelli que, por sua vez, ouviu de um escritor de viagens: você é a sua melhor versão quando viaja? E ficou ecoando em mim. Nunca tinha pensado sobre isso. Simplesmente viajava.

    Então, passei a refletir sobre. Percebi que a questão toda já começa no fazer as malas. Fazemos as malas querendo ser outra pessoa. A Ellen DeGeneres, em seu último stand up, Relatable, do Netflix, falou em “uma personalidade fantasiosa que temos quando viajamos”. Uma pessoa que lê três livros em menos de uma semana, por exemplo. Quem nunca? Já levei quilos de leitura de que não senti nem o cheiro. A fantasia contagia até o jeito de nos vestirmos. Já montei mala para uma Juciéli muito a fim de usar um macacão como nunca antes visto. Já organizei nécessaire recheada de artefatos para prender um cabelo que é dono de si e que está sempre ao sabor do vento e da poluição. Não duro muito tempo com meu cabelo preso e ajeitado. Preciso passar a mão nos fios e transferir tudo que a vida depositou nela nas últimas horas.

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    Pela web #7: as locações do longa francês Os Incompreendidos

    O filme de François Truffaut que abalou as estruturas do cinema abrindo as porteiras para a Nouvelle Vague completou 60 primaveras neste ano de 2019. Não era a minha intenção falar sobre ele. Porém, revi esses dias, o que despertou a curiosidade sobre alguns lugares que apareciam no longa. Como já contei, adoro bancar a detetive de locações de filmes e séries. Então, procurando sobre os locais de Os Incompreendidos, encontro o incrível The Cine-Tourist, que mapeou os lugares por onde os dois guris passaram. Inclusive, o site também oferece o serviço de indicação das cenas em que aparecem mapas.

    Senti falta, apenas, da praia onde foi rodado o emocionante travelling da cena final. Pesquisando mais um bocado, descobri que ela fica em Villers-sur-Mer e que o obscuro e curvilíneo corredor de concreto, com suas escadarias, não existe mais – algo para conter os efeitos das ressacas do mar, talvez? Pelas imagens do Maps, hoje há uma espécie de calçadão retilíneo.

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    4 hábitos que pratiquei em 2019 que seguirão para além de 2020

    Aqui seguem quatro ações que já estão completamente inseridas na minha vida, que tomaram força em 2019 e que provavelmente continuarão fazendo todo o sentido mais para frente. De cabelo à política, de leitura à camiseta do índio que já anda sozinha.

     

    1. Parei com as mechas

    Longe de mim julgar, sob a experiência dos meus trinta e quatro anos, uma escolha feita aos vinte. Seria uma injustiça total mas a justificativa para fazer mechas no cabelo era a de iluminar, tirá-lo da mesmice. Tanto é que nunca me considerei loira, uma vez que apenas “dava uma iluminada nos fios”. Meu cabelo era bem mais jovem, bem mais hidratado e eu ainda descoloria apenas uma vez ao ano. Então o resultado era ótimo, similar ao natural. Só que há tempos meu cabelo não recebe muito bem o processo da descoloração e há algum tempo venho me questionando por que insistia em clarear. E se meu cabelo já não se anima mais com uma iluminada, de minha parte não há vontade, nem tempo