• Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    A Figueira de 150 anos de Floripa

     

    Quando soube que na Praça XV de Novembro, no centro de Florianópolis, morava uma figueira muito, mas muito antiga, óbvio que fui visitá-la na minha passagem pela ilha em maio do ano passado. Agora que estamos no auge do verão, quero retomar alguns lugares praianos especiais que visitei por último e que merecem um destaque, uma lembrança e, quem sabe, uma indicação para você também conhecer e aproveitar.

    Ao pé da figueira, uma placa de agosto de 1976 diz assim: Muito tem sido decantada, em prosa e verso, a nossa tradicional figueira da praça “15 de novembro”, este majestoso pálio verdejante, cuja exuberante copa lhe dá cada vez mais graça e beleza, tornando-a sempre altaneira e esplêndida! Foi numa manhã de verão, cheia de sol e vida, do mês de fevereiro do ano de 1891, que a jovem figueira, contando, talvez, seus vinte anos, foi retirada do Jardim da Matriz, e aqui carinhosamente replantada.

    Ora, fazendo as contas, acrescentando os 20 anos à data do replantio, ela tem, hoje, 148 anos. Quase 150!

     

    Não é das árvores mais incríveis que podem existir? Olha toda essa longitude!

  • Curitiba,  Paraná,  Por aí,  Santa Catarina

    Roteiro de 4 dias em Curitiba | Café da manhã na Prestinaria

    Depois de quatro maravilhosos dias conhecendo Curitiba, antes de ir embora, na manhã de uma segunda-feira, eu não poderia deixar de tomar um café da manhã “bem tomado”. Escolhi a Prestinaria – A Casa dos Pães depois de algumas pesquisas. Ela tem muitas opções de itens de padaria, confeitaria, serve almoço, brunch, café colonial e ainda tem um espaço com uma decoração muito aconchegante e do jeito que eu gosto, combinando o industrial com o aconchego da madeira.

     

    Ali, o mesão de madeira que serve o café colonial e o brunch. É sempre bom conferir antes quando e que horas acontece.

  • Curitiba,  Paraná,  Por aí,  Santa Catarina

    Roteiro de 4 dias em Curitiba | Dia 4

    Domingo. Aquele dia em que ou você embala na deprê que ele, por natureza, carrega, ou levanta, sacode a poeira e vive intensamente. Claro que para quem está de visita, é mais um dia para conhecer a cidade. Mas, mesmo assim, o domingo pede aquele tipo de programa em que você acaba se misturando aos moradores, aos locais. Feiras, parques, atividades ao ar livre, alimentação mais desligada de qualquer dieta ou mesmo de uma mesa reservada. E, de certa forma, consegui fazer da capital do Paraná um pouco a minha casa, já que os programas escolhidos foram praticamente os mesmos que eu faria em Porto Alegre. Adoro estabelecer esta conexão de rotina quando eu viajo. Chimarrão no parque, no domingo, é sagrado. O quarto dia em Curitiba foi só prazeres.

     

    D I A  4  |  D O M I N G O

    Dia de feira no Largo da Ordem, de pastel e caldo de cana, do gigante Parque Barigui e de um hot dog mais que especial.

     

    1. Feira do Largo da Ordem

    Eu já fui para Curitiba sabendo da Feira do Largo da Ordem e ela estava mais do que certa como destino na manhã de domingo. O que eu não sabia era que ela é tão extensa e tão cativante, que desistimos de almoçar na promoção do Festival Bom Gourmet para ficar por ali mesmo, no meio do povo, comendo um pastel delicioso para continuar curtindo um pouco mais da feira no comecinho da tarde. Roda de capoeira – que se eu pudesse, ficaria horas assistindo, adoro – teatro de rua e muitas, mas muitas barraquinhas com artesanato de qualidade. A gente encontra de tudo na feira. De bebês de mentira que parecem reais até cortadores de inox de todas as formas, feitos por um japonês muito simpático e que eu trouxe para fazer cerâmica. Os bares e restaurantes do caminho da feira também ficam abertos e servem o prato típico da região, o Barreado.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Um post sobre segurança ou, pelo menos, sobre a “sensação de”

     

    Faz alguns posts que venho compartilhando por onde andei em Florianópolis em maio deste ano. Foi uma viagem que eu costumo chamar de viagem de reconhecimento de território. E como em qualquer viagem, há sempre aquele momento que nos leva para além das belas paisagens e outras concretudes da cidade. O momento do choque de realidades.

    Quando meu marido e eu viajamos a gente sempre programa um dia, ou pelo menos um período, para fazermos uma caminhada em uma região específica, que seria o que nós faríamos na nossa cidade, sem nos preocuparmos com lugares para ver e conhecer, nada disso. Só para sentirmos como é estar ali, como seria pertencer àquele lugar. Uma coisa de feeling mesmo. Então, em Floripa, depois de conhecermos, no lado continental, a Praça de Coqueiros, o Salão de Festa das Bruxas de Itaguaçu e a Via Gastronômica de Coqueiros, estacionamos o carro pouco depois de passarmos por baixo da Ponte Hercílio Luz, ainda em restauro, e seguimos caminhando pela Av. Beira-Mar Continental. A minha intenção nem era ficar registrando, mas o desenrolar da coisa me surpreendeu tanto que não resisti.

    A sensação de segurança era muito forte. Na medida em que avançávamos, escurecia ainda mais – era fim de tarde e, ainda por cima, estava nublado – e mais gente surgia para caminhar e fazer atividade física. Famílias, casais, crianças, meninas andando de patins e sozinhas, pessoas com seus cachorros. Para mim, que vivo em Porto Alegre, onde todo mundo entra em cárcere privado depois das sete horas da noite, o que se mostrava diante dos meus olhos era algo inacreditável. Sobretudo porque no início fiquei um pouco receosa. Aquela área, por incrível que pareça, não tem muitos bares e restaurantes, ou outros estabelecimentos que pudessem estar abertos, que é o que a gente acha que vai encontrar quando se está numa orla, ainda mais em Florianópolis. Se trata de uma área mais residencial e já estava tudo fechado naquele horário, que flertava com as sete horas da noite.

    Ao final da pista para caminhada, há aquelas ilhas para exercício, as academias ao ar livre, junto a um parquinho onde muitas crianças aproveitavam. Era domingo e, quanto mais

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Arante Bar e Restaurante | Floripa

    Lembro como se fosse hoje o professor de Literatura sendo bem assertivo: “Se no vestibular tiver uma questão perguntando qual é o personagem principal de O Cortiço, lembrem: é o cortiço!”. Eu poderia errar qualquer outra questão, menos essa. Porque era algo fora do comum o personagem de uma história, figura sempre associada a uma pessoa, ser um espaço, onde circulam tantas outras.

    Pois bem, o Arante é uma pessoa. O Arante é o personagem principal. Tem alma. Tem espírito. Tem família. Tem filhos. Tem legado. Tem um abraço quentinho depois de um dia chuvoso e frio. Tem empatia. Lê poesia de frente para o mar. Ouve a todos. Ombro amigo.

    Fui atrás da decoração com os milhares de bilhetinhos e acabei encontrando, acredito que como muitos, esse amigo. Eu tive sorte, acho, em conhecê-lo no dia em que tomei o banho de chuva da minha vida, pois se mostrou muito acolhedor.

     

     

     

    O Arante é aquele cara cuja vida “é um livro aberto”. Cada amigo que passa pela sua vida deixa uma história, que ele compartilha com todos. São pequenas tatuagens no corpo de um senhor muito jovem. Os garçons trazem uma pequena cesta com caneta, papel e fita para que possamos registrar nossa passagem. Quem quiser, claro.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Praia Daniela sob o sol | Floripa

    Este é o post solar sobre a praia Daniela, que fica em Florianópolis, Santa Catarina. Se você não viu o post “sob a sombra”, clique aqui para conferir. O dia estava nublado enquanto eu percorria aquele pedaço da praia que vemos lá adiante nesta foto, depois da guarita do salva-vidas. Chegando nesta outra ponta, o sol já começava a dar as caras. Mas só eu, o meu marido, aquele cara e o cachorro dele vimos.

     

     

     

    Eu particularmente adoro praias que compõem a vista com montanhas. E acho que o clima fica completamente diferente das praias com água até o horizonte sem fim, mas não que isso seja melhor. As praias com água até o horizonte sem fim são muito mais interrogativas. É tudo sobre a sua vida. O que você fez, o que não devia ter feito. Cada onda vem de muito longe trazendo uma verdade. A nós, cabe nos mantermos ocupados, tirando areia do picolé das crianças para não percebermos.

    Já a praia que nos oferece uma montanha bem em frente nos lembra sempre do momento presente. Ela nos lembra a todo instante de que estamos ali. Teu olho percorre as águas, chega na montanha e ela te devolve: “me diga você”.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Praia Daniela sob a sombra | Floripa

    Se eu consegui escrever um texto sobre a poesia visual e a beleza do mar chocolate das praias do sul (leia aqui), nada, mas nada mesmo me impediria de registrar as impressões sobre uma praia quase sem ninguém em dia nublado na ilha de Florianópolis.

    Em maio deste ano, a Praia Daniela estava no meu roteiro e, nele, também faria sol, o mar estaria calmo e a água de coco e o milho verde seriam liberados. Mas sabe como é a criação de um roteiro, tem sempre um cara acima de você barrando as coisas, o produtor.

     

     

    Eu sempre registro essa vista de quase chegada a uma praia. Adoro a moldura que as plantas fazem e a paisagem que se revela aos poucos. As várias camadas dos morros em frente, após o mar, sob a névoa, deixam a cena mais dramática ainda –  e mais bonita. Meu longa não tinha verba pra dia de sol e open bar de água de coco mas tinha para aroma de chá nesta pequena trilha que dá acesso à Daniela. Nesta praia, o verde nativo que habita as areias da beira mar foi preservado. É preciso estacionar na rua que antecede o mato e acessar a praia por essas trilhas. Esta que o destino nos ofereceu tinha um cheiro de chá muito forte. Uma mistura deles. A verdade é que eu levei um tempo até chegar na praia porque o cheiro estava incrível. Todo mundo diz que eu tenho um super nariz, mas a verdade é que as pessoas esquecem de respirar às vezes.

  • Florianópolis,  Por aí,  Santa Catarina

    Palácio Cruz e Souza em Floripa

    Uma das coisas mais lindas que você pode ver na Ilha da Magia não requer banho de protetor solar e nem vai te encher de areia. O Palácio Cruz e Souza é uma das belezas arquitetônicas, decorativas e históricas da ilha, de uma riqueza de detalhes e materiais inacreditável, que conta a trajetória da ocupação de Florianópolis. É aquela espécie de lugar que quem gosta de antiguidade fica de boca aberta do instante que entra até a saída.

     

     

    Eu já fiquei boquiaberta com a obrigatoriedade do uso destas pantufas para não estragarmos o piso. Lamentei não ter isso em outros tantos lugares que já visitei.

     

    O piso em madeira, com quase duzentos anos de vida, foi criado com a técnica da marchetaria que consiste em formar, por meio de materiais de colorações diferentes, desenhos belíssimos como estes.

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    Onde comer em Floripa

    Em maio passado fui à Ilha da Magia fazer um tour de reconhecimento do território. Registrei muito da arquitetura e decoração históricas, pois a ilha guarda essa herança açoriana, e que, claro, quero dividir tudo com vocês. Mas comida é um negócio que mexe com a gente, não é mesmo? E nada mais correto e até ético da minha parte do que começar por ela. Então, aqui vai a lista de alguns lugares e suas delícias (e tem de tudo, de ostra ao melhor alfajor da face da Terra), que talvez possa ser útil pra você numa próxima viagem a Florianópolis.

     

    PASTEL DE CAMARÃO

    Box 32 do Mercado Público | Centro

    Olha essa. Peguei a dica de onde comer o melhor pastel de camarão de Floripa em uma postagem de 2012 de um blog. Arriscado, não? Mas e não é que ele continua sendo?! Quer dizer, eu não tenho como afirmar que ele é o melhor da cidade mas é, certamente, o melhor que eu já comi. Nunca vi tanto camarão junto em um pastel e, ainda por cima, graúdos. Tenho provas visuais:

     

    Eu acho muito mais clima comer na área central do Mercado, que é aberta para a rua. Mas, se preferir, tem Box 32 na parte interna dele também. Espaço bem charmoso, por sinal. Esse pastel farto, de R$14, foi o nosso almoço assim que pisamos na ilha. Adoro conhecer o mercado público assim que chego em um lugar. É sempre o melhor ponto de partida.