Esses dias fomos abrindo trilha no mato fechado atrás de um ponto antigo de água, do qual só ouvíamos falar. Fui andando como os cavalos, olhando somente para frente a fim de não cruzar olhares com alguma cobra ou outros animais com os quais não consigo ter muito diálogo. Mas foi tranquilo, com o Rogerinho sempre ao lado. Quer dizer, teve um momento em que achei que estávamos perdidos, o sol ia se despedindo e eu imaginando o helicóptero do Datena sobrevoando e a família com lanternas vindo atrás da gente e nós pagando aquele mico bonito demais.
-
-
Cão caipira na cidade: os 3 maiores desafios que enfrentei
O Rogerinho é tão fácil de lidar que fez parecer normal, de repente, um cachorro que viveu a vida toda livre entre sítios, ficar confinado em um apartamento com menos de 50 metros quadrados, sem sacada. Ele é tão tranquilo que às vezes esquecemos do tamanho absurdo que foi, para ele, essa mudança. Não foi sempre fácil para nós mas, com certeza, foi muito mais difícil para ele.
-
Sobre o livro Árvores e Arvoretas Exóticas no Brasil e o lifelong learning
Que alegria quando o exemplar de Árvores e Arvoretas Exóticas no Brasil chegou. Um livro para consulta muito útil agora que estou aprendendo mais sobre esses seres incríveis que são as árvores. Na verdade, estou curiosíssima sobre a vida das plantas em geral e sobre como eu posso cuidar das que têm no sítio e quais podem viver bem por lá.
-
A noite em que buscamos o Rogerinho
Meu sogro e o senhor que trabalha com ele no sítio ficaram afastados das atividades devido à Covid. Enquanto eles se recuperariam, não poderiam mais ir até o sítio levar comida para o Rogerinho – nem companhia. E como a comunicação com eles é difícil, não sabíamos nem há quanto tempo o bichinho já estava numa situação de abandono. Então, no mesmo dia em que soubemos, numa quinta-feira à noite, após o expediente, viajamos até o sítio para pegar nosso amigo peludo.
-
O dia da terraplanagem
Eu não tinha nem roupa. Pra mim, essa função de máquinas, terraplanar, aterrar e afins era coisa de um outro mundo ao qual eu não pertencia. Nunca imaginei que um dia eu construiria algo e ver uma máquina funcionando e modificando um espaço por minha causa é muito estranho, além de perturbador, porque não gosto de interferir em locais naturais assim. Eu ficava de olho em cada planta que a máquina retirava. Inclusive, uma era nada mais, nada menos do que um araçá e corri para pegar de volta e replantar.
-
Se você está comendo, você não plantou
Se você está comendo, você não plantou. Essa frase é linda e é a expressão da verdade. Quando começamos a pesquisar sobre os frutos que gostaríamos que dessem no sítio, descobrimos que algumas árvores levam até 20 anos para atingir a maturidade produtiva ou, ainda, para começarem a produzir os primeiros frutos. E muitas frutíferas produzem por décadas, quase completando um século.
-
Não espere para curtir o sítio
Ter apenas um “bocadinho de chão” (quem aí assistiu à novela Rei do Gado?), sem ter necessariamente uma casa construída, pode apresentar muitas vantagens. Elas vão desde o exercitar da criatividade até o adquirir intimidade com o terreno e com a vida campeira, antes de se tomar grandes decisões. Eu tinha muito pouco contato com esse dia a dia e não ter um lugar onde eu possa parar no sítio, uma casa, um quiosque, um teto, exige um outro pensar sobre a propriedade e outras atitudes que acabam fazendo eu entender o estar ali de um jeito que talvez eu nunca experimentasse caso eu já tivesse tudo pronto, ou se tivesse chegado levantando paredes e tudo mais.
-
Comprei um tapete quente para o meu dog. Será que vai funcionar?
Hoje chegou o tapete quente que comprei para o Rogerinho. Na maior parte das noites ele dorme no sítio, numa casinha que comprei para ele. O modelo dela é chamado de oca, feita de plástico. Achei bem prática para lavar e transportar. E o telhado ainda pode ser removido, ficando somente com a parte de baixo, a caminha, ótimo para noites quentes de verão.
-
Construindo um braseiro para o sítio | Parte 3: reaproveitando disco de arado e montagem dos bancos
O projeto de construção do braseiro do sítio trouxe felicidades que eu nem esperava. Alguns prazeres eram intrínsecos e eu já contava com eles, como poder criar algo com as próprias mãos, trabalhar em meio à natureza, ficar em paz no sítio, o cansaço bom ao final do dia, decorrente de estar fazendo algo que se quer muito.
-
Precisamos melhorar antes de sermos maiores
“Precisamos melhorar antes de sermos maiores” foi a frase que ouvi hoje e que me fez parar, refletir. Me fez sentir. Foi uma segunda-feira diferente. Antes do nascer do sol, levamos o Rogerinho de volta ao sítio. Tive o privilégio de observar o horizonte sendo pintado de laranja. Algumas estrelas ainda brilhavam enquanto a Terra seguia girando em direção a Leste.