Quando voltava da busca por água, minha perna foi cravada por um galho de ponta afiada. Sabe aqueles filmes tipo o Coração Valente, em que uma das armadilhas contra o inimigo é posicionar uma porção de troncos com a ponta cortada como lança, para as pessoas se espetarem? Aconteceu igualzinho só que feito pela natureza, que queria me dar um aviso – meio doído mas ok.
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A câmera de trilha chegou
Depois de 34 dias de espera, recebo a câmera de trilha. Ela chegou exatamente no último dia do prazo e em perfeitas condições. Estou muito animada para descobrir sobre a fauna do sítio e da região.
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A volta do Rogerinho ao sítio: separação triste mas necessária
Doeu mais na gente do que nele. Ou talvez mais nele do que na gente. Não há como saber. Mas fomos firmes e fizemos o que precisava ser feito: devolver o Rogerinho ao sítio. Tem um tempo que isso aconteceu mas queria registrar aqui porque se trata de uma página importante dessa história – se você perdeu, leia o post 1 aqui e o post 2 aqui.
Não foi fácil, ele queria pular para dentro do carro a todo custo. O que me deixa até lisonjeada, pois pode ser um sinal de que não foi tão ruim assim a sua estada no apartamento. Mas desde o momento em que o pegamos para passar aquele período em Porto Alegre sabíamos que esse dia chegaria.
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Sobremesa do sítio: banana assada no churrasco, com creme de avelã de chocolate e nozes picadas
Sempre que fazemos churrasco no sítio aproveitamos para assar, também, bananas. Caturra, de preferência, porque a Catarina repuxa a boca. A banana assada na própria casca já é uma sobremesa e tanto, natural, pois foi feita pela natureza e prontinha para consumo. Fica cremosa, suculenta, docinha. Perfeita.
Só que sempre chega o dia em que resolvemos ser criativos. Se bem que, vamos combinar, colocar creme de avelã e chocolate em qualquer coisa não é lá muito criativo, é apenas o caminho natural das coisas.
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Estudando a água do sítio
Esses dias fomos abrindo trilha no mato fechado atrás de um ponto antigo de água, do qual só ouvíamos falar. Fui andando como os cavalos, olhando somente para frente a fim de não cruzar olhares com alguma cobra ou outros animais com os quais não consigo ter muito diálogo. Mas foi tranquilo, com o Rogerinho sempre ao lado. Quer dizer, teve um momento em que achei que estávamos perdidos, o sol ia se despedindo e eu imaginando o helicóptero do Datena sobrevoando e a família com lanternas vindo atrás da gente e nós pagando aquele mico bonito demais.
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Cão caipira na cidade: os 3 maiores desafios que enfrentei
O Rogerinho é tão fácil de lidar que fez parecer normal, de repente, um cachorro que viveu a vida toda livre entre sítios, ficar confinado em um apartamento com menos de 50 metros quadrados, sem sacada. Ele é tão tranquilo que às vezes esquecemos do tamanho absurdo que foi, para ele, essa mudança. Não foi sempre fácil para nós mas, com certeza, foi muito mais difícil para ele.
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Sobre o livro Árvores e Arvoretas Exóticas no Brasil e o lifelong learning
Que alegria quando o exemplar de Árvores e Arvoretas Exóticas no Brasil chegou. Um livro para consulta muito útil agora que estou aprendendo mais sobre esses seres incríveis que são as árvores. Na verdade, estou curiosíssima sobre a vida das plantas em geral e sobre como eu posso cuidar das que têm no sítio e quais podem viver bem por lá.
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A noite em que buscamos o Rogerinho
Meu sogro e o senhor que trabalha com ele no sítio ficaram afastados das atividades devido à Covid. Enquanto eles se recuperariam, não poderiam mais ir até o sítio levar comida para o Rogerinho – nem companhia. E como a comunicação com eles é difícil, não sabíamos nem há quanto tempo o bichinho já estava numa situação de abandono. Então, no mesmo dia em que soubemos, numa quinta-feira à noite, após o expediente, viajamos até o sítio para pegar nosso amigo peludo.
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O dia da terraplanagem
Eu não tinha nem roupa. Pra mim, essa função de máquinas, terraplanar, aterrar e afins era coisa de um outro mundo ao qual eu não pertencia. Nunca imaginei que um dia eu construiria algo e ver uma máquina funcionando e modificando um espaço por minha causa é muito estranho, além de perturbador, porque não gosto de interferir em locais naturais assim. Eu ficava de olho em cada planta que a máquina retirava. Inclusive, uma era nada mais, nada menos do que um araçá e corri para pegar de volta e replantar.
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Se você está comendo, você não plantou
Se você está comendo, você não plantou. Essa frase é linda e é a expressão da verdade. Quando começamos a pesquisar sobre os frutos que gostaríamos que dessem no sítio, descobrimos que algumas árvores levam até 20 anos para atingir a maturidade produtiva ou, ainda, para começarem a produzir os primeiros frutos. E muitas frutíferas produzem por décadas, quase completando um século.